quinta-feira, 21 de abril de 2011

Programa Sorria Sempre - Rádio Nova Aliança - 18abr2011

Nesses últimos meses tenho estado com vocês aqui na Radio Nova Aliança com o programa SORRIA SEMPRE falando a respeito das diversas áreas da Odontologia e suas implicações na nossa saúde bucal, com orientações e algumas soluções para os problemas mais diversos que podem acontecer. Alguns temas foram bastante técnicos, e não poderiam deixar de ser, mas nesses próximos programas trataremos de alguns assuntos mais abrangentes que falam não somente de Odontologia, mas também, de saúde como um todo. E para iniciarmos essa abordagem começarei hoje com um tema muito em moda nos dias atuais que é: QUALIDADE DE VIDA.
Dentre as belezas feitas pelo Criador na natureza, uma das mais perfeitas é o ser humano, e entre as perfeições deste, uma é, sem lugar a dúvidas o sorriso, o mais belo dos gestos, nossa maneira de comunicação não sonora mais eficiente e expressiva, elemento de atração entre as pessoas, razão de aproximação entre muitas. Obviamente, sempre e quando o sorriso seja verdadeiro e espontâneo. E desde que esteja conservado, tal qual o recebemos, ou melhor.

Melhor porque, a exemplo de outras evoluções da mão do homem, o sorriso também pode ser corrigido ou melhorado. Assim como cortamos a barba, ajeitamos os cabelos, fazemos uma maquiagem, nos dedicamos a um regime ou nos submetemos a uma plástica, o sorriso pode e deve receber uma atenção no sentido de melhorá-lo. A mão do homem, capaz de criar, dando beleza a uma pintura, formas belas a uma escultura, ênfase com iluminação a belezas naturais ou ainda efeitos especiais pela arquitetura, hoje tem feito transformações fisionômicas verdadeiramente fantásticas, com simples correções no sorriso de uma pessoa.

São melhorias nas cores dos dentes, correções de formato de alguns deles, buscando uma melhor harmonia, reposicionamento de dentes tortos, eliminação de espaços interdentais, ou diastemas, através do uso de resinas da cor dos dentes, reposição de dentes perdidos através da colocação de implantes, correção de defeitos nas gengivas e acerto de posições erradas dos maxilares.

Com isto, melhora-se a nossa imagem facial, justamente no ponto de maior concentração visual: a boca. Rejuvenesce as feições, aumenta-se a autoestima pela melhor aceitação de si mesmo, quando não corrigindo algumas limitações a que nos impúnhamos por insatisfações com o nosso sorriso. Melhora-se a fonética e permite-se melhor entonação das palavras, facilitando a comunicação tão essencial em nossos dias. Algumas vezes, com correções para melhorar o sorriso, obtém-se um maior volume na arcada dentária, melhorando o posicionamento dos lábios, aperfeiçoando o perfil facial e, em algumas vezes eliminando rugas decorrentes de defeitos ou falhas dentárias. Noutras, facilita-se a própria higiene bucal, permitindo uma melhor manutenção da cor ideal dos dentes que, de outra maneira, só era obtido pelo clareamento artificial, bastante usado na melhoria da aparência.

Deve-se procurar um dentista, sempre que tivermos qualquer insatisfação com a cor ou forma dos nossos dentes, mesmo que sejam problemas antigos, que outros profissionais não comentaram ou resolveram, porque as soluções para estes problemas são coisas recentes, que só na última década passaram a ganhar uma atenção maior. Dentro da Odontologia, o profissional mais indicado para a solução destes problemas é o especialista em dentística restauradora e a área de sua atuação, a estética, também conhecida como cosmética dental. Quanto mais tempo decorrido, mais os problemas aumentam e mais difíceis e onerosas passam a ser as soluções. Problemas de estética, tratados no início, envolvem valores pequenos e, muitas vezes, poucas consultas são suficientes. Na maioria dos casos, estes tratamentos não envolvem dor, sendo feitos sem necessidade do uso de anestésicos.
Quando você tem uma boa casa, tem prazer e orgulho de conservá-la bem. Com seu carro ocorre o mesmo, o que também acontece com sua roupa e objetos de uso pessoal. Isto vale para tudo o que você preza e gosta, chegando ao ponto de fazer seguros para protegê-los. Com sua saúde não pode ser diferente. Toda empresa que quer preservar seus funcionários faz um plano de saúde para eles. Com nosso corpo, nossa saúde, temos que fazer o mesmo: precisamos conservá-la. Considerando-a como um todo, esta é a maneira de melhorá-la.
Como nosso corpo, não convém deixá-lo debilitado, combalido, para então buscar tratamento. Nestes casos, aumentam os riscos e elevam-se os custos para tratá-lo. Pode-se fazer um “check up” para vermos tudo o que temos, mas não devemos deixar todos os problemas se avolumarem para depois combatê-los. O certo é tratá-los um a um, na medida em que forem surgindo, impedindo que um problema não tratado acabe gerando outro ou outros. Assim fazem os que se acostumaram a dar valor para sua saúde corporal, nosso maior patrimônio. Assim deve ser com nossa saúde bucal. Deve-se ir tratando coisa por coisa, à medida em que forem aparecendo. A maioria ainda não está acostumada a isto. Aos que já o conquistaram, nossos parabéns e que sirvam de motivação para os demais, que assim passam a ter exemplos reais de suas vantagens.
Perder um compromisso social, um show ou um jantar por causa de dor de dentes é tão vergonhoso que não gostamos nem de relatar o real motivo que nos levou a perdê-lo. Hoje, faltar a um dia de trabalho ou a um compromisso profissional por dor de dentes é tão vexatório quanto mal aceito pelas gerências. Se for uma hora despendida para ir ao dentista ninguém reclamará, provavelmente nem se notará, assim como uma pequena limitação pelo uso de um provisório também não será percebida socialmente, como seria uma falta. Tratando bem dos dentes, de maneira preventiva, nunca se perderá uma oportunidade ou um momento inesquecível. As explicações pelas coisas perdidas deixarão de existir e as comemorações e conquistas serão sempre acompanhadas de sorrisos.
Seu dentista saberá sempre como orientá-lo na adoção de um plano para tratamento global imediato, com parcelamento para este derradeiro tratamento e motivá-lo para, a partir de então, fazer um acompanhamento semestral ou anual com uma simples consulta de profilaxia e manutenção. Conscientize-se disto e faça já o último grande tratamento dentário de sua vida. Se tiver alguma dúvida quanto a isto, peça que ele lhe indique um amigo em comum que possa lhe servir de comprovação, exemplo e motivação. Não tenha dúvida ou receio em conversar com ele. Só temos vergonha de falar das coisas erradas que fazemos. Das corretas, falamos com prazer e, sempre que solicitados nos colocamos na condição de modelos para o bem de nós mesmos e do próximo. Seja você o próximo a dar o bom exemplo e a servir de exemplo para seus familiares e amigos, tornando-se amigo de seu dentista e não só alguém que o teme por medo de seus próprios problemas. Seu relacionamento com ele e com as demais pessoas vai melhorar e sua saúde como um todo também.

Dizem os entendidos, que não adianta viver muito sem qualidade de vida. Que o ideal é uma vida saudável, com total aproveitamento. Outros dizem que somos o que comemos e que grande parte dos problemas do nosso corpo estão relacionados, não só com os alimentos ingeridos, como também com o tipo de digestão que fazemos. Esta começa indiscutivelmente pela boca. É na mastigação que se define o maior ou menor esforço a que será submetido todo o aparelho digestivo. Para tanto, é importante mastigar bastante e bem. Se o mundo moderno não nos permite mais mastigar muito, pelo menos que o façamos bem. Por este motivo, são necessários todos os dentes, em boa posição e estado. Falar, beijar, tocar algum instrumento, assobiar, cantar e sorrir são algumas atividades importantes para a qualidade de vida, que dependem da boca e do bom estado de seus dentes e que podem levá-lo ou não, a uma melhor qualidade de vida.

Os problemas mastigatórios que resultam em uma digestão sobrecarregada são decorrentes de uma articulação (maneira com que os dentes dos dois maxilares se encaixam durante o ato de mastigar) inadequada ou insuficiente. Muitas vezes a pessoa nem desconfia que convive com esta limitação, não percebendo que todos os dentes não se tocam adequadamente na mastigação e convivem por anos com limitações que poderiam ser resolvidas com procedimentos simples, que envolvem reposicionamento de alguns dentes através de placas de mordida usadas por algum tempo, normalmente durante a noite. Noutros casos, a solução é refazer o formato de alguns dentes para permitir que todos se encaixem melhor. Alguns poucos casos necessitam de tratamento mais complexo.

Afora uma digestão mais saudável, que muitas vezes permite diminuir naturalmente o tamanho da barriga, pelo simples fato de não colocar o aparelho digestivo em sobrecarga, uma boa digestão melhora o desempenho no período da tarde, principalmente nas primeiras horas após o almoço. Outra vantagem do tratamento, para os que têm estes problemas é eliminar o ranger dos dentes no período noturno, que pode acarretar outras consequências maiores, eliminando, nos casos mais adiantados, dores decorrentes de má posição dos maxilares e dentes no ato de sua articulação. Uma boa oclusão (correto encaixe dos dentes nos dois maxilares) além das vantagens mastigatórias permite um falar mais espontâneo e movimentos mais harmônicos de toda a estrutura facial.

Quando perceber ou observar que seus dentes não estão encaixando direito uns com os outros, ou sentir que tem dor ou cansaço na mastigação ou ainda quando seu dentista clínico geral recomendar uma análise mais detalhada de sua articulação temporo-mandibular, é sinal de que você deve procurar um especialista para identificar melhor o seu problema e tratá-lo. É uma especialidade que está surgindo agora, englobando oclusão, dor e disfunção e seus tratamentos são todos com ausência de dor, sem necessidade de anestesia e não muito demorados. A maioria dos casos envolve valores baixos, principalmente quando tratados em fases não agudas dos problemas, quando a melhora da qualidade de vida acontece em quase cem por cento dos casos adequada e convenientemente tratados.

Bem chegamos ao final de mais programa SORRIA SEMPRE aqui na sua Rádio Nova Aliança, espero que tenham gostado do tema de hoje.
Dr. Marco Antonio Franco Cançado

Programa Sorria Sempre - Rádio Nova Aliança - 4abr2011

Nosso tema de hoje é sobre endodontia, ou seja, tratamento de canal. E para isso temos uma convidada especial Dra. Elaine Marques, especialista em endodontia pela USP há 15 anos, que falará sobre os principais temas relacionados à endodontia.
Boa tarde Dra. Elaine, é um prazer recebê-la aqui na Rádio Aliança, seja bem-vinda. Inicialmente a Senhora poderia nos dizer o que é endodontia.
J Elaine: Boa tarde a todos os ouvintes, muito obrigada pelo convite. Endodontia é a especialidade da odontologia responsável pelo estudo da polpa dentária, de todo o sistema de canais radiculares e dos tecidos periapicais, bem como das doenças que o afligem. Em casos de alterações por cárie, fraturas dentais, traumas dentários ou ortodônticos, lesões endoperiodontais, necessidades protéticas e outras doenças endodônticas, o tratamento endodôntico está indicado, visando a manutenção do dente na cavidade oral, e a saúde dos tecidos periapicais.
Marco Antonio: De todos os motivos que levam ao tratamento de canal, qual é o mais comum, e o que acarreta ao paciente o não tratamento?
J Elaine: A principal causa de necessidade de tratamento de canal é a cárie profunda nos dentes, que pode provocar a inflamação e a infecção da polpa. Com a falta de tratamento podem ocorrer infecções de baixa intensidade e longa duração, até infecções de grande intensidade com dor aguda e evolução rápida para abcesso.
Marco Antonio: Como podemos descrever o tratamento de canal?
J Elaine: O tratamento de canal é feito em várias etapas dependendo do caso, mas em geral podemos dizer: primeiramente é feita uma abertura para o acesso aos canais que pode ser na parte de trás dos dentes da frente (incisivos e caninos) e na parte inferior  dos dentes de trás (molares e pré-molares). Em seguida a polpa é removida, o espaço pulpar e os canais são esvaziados, limados e alargados, como preparação para o seu preenchimento com um material inerte que veda os canais. Normalmente o tratamento de canal dura 1 ou 2 sessões, porém em alguns casos específicos podemos ter tratamentos que precisam de várias sessões e podem durar meses para sua conclusão.
Marco Antonio: Como se deve proceder em caso de dor de dente?
J Elaine: Quando um dente dói, é sinal de que algo não está bem. Às vezes, pode ser um problema de fácil solução, com uma pequena cárie ou leve trauma. Outras vezes, pode ser algo que inspire maiores cuidados como uma polpa inflamada ou um abcesso. Quem está apto a responder com exatidão qual o problema e avaliá-lo é o seu dentista, e aqui vai uma recomendação: não tome medicação sem orientação do cirurgião-dentista pois  pode fazer mais mal do que bem.
Marco Antonio: Quais são os principais sinais e sintomas dos problemas mais comuns relacionados à endodontia, e o que fazer?
J Elaine: Temos inicialmente a sensibilidade momentânea ao calor e ao frio. Neste caso o desconforto a comidas quente ou fria seja apenas momentânea, não há com que se preocupar. O problema pode ser causado por uma restauração insatisfatória ou uma pequena recessão gengival expondo uma porção da raiz do dente. O recomendado é o uso de pastas dentais  específicas para dentes sensíveis, porém se o problema persistir procure seu dentista.
Temos também, a sensibilidade ao frio ou calor após um tratamento odontológico. Neste caso o tratamento pode deixar a polpa ligeiramente sensível, causando desconforto por algum tempo. O paciente deve aguardar até 6 semanas, se a dor continuar ou piorar, procure seu dentista.
Há casos onde ocorre dor aguda quando se morde algo mais duro. Nestes casos há várias causas: cárie, restauração insatisfatória ou até mesmo uma fratura no dente. A melhor orientação é procurar o dentista imediatamente, pois qualquer que seja o problema somente um dentista poderá diagnosticar e solucionar.
Temos, também, dor aguda ao frio ou quente que perdura após a ingestão do alimento. Neste caso indica uma lesão de cárie profunda já com comprometimento da polpa necessitando tratamento endodôntico, o mais breve possível. Porém, se a dor for constante e severa, com gengiva inflamada e sensibilidade ao toque, pode estar caracterizado um quadro de abcesso e possível inflamação do osso ao redor do dente, a abordagem é mais cuidadosa, necessitando de antiinflamatório e antibiótico. Vale a pena aqui frisar: não tome medicamentos por conta própria, procure um dentista que ele saberá o que prescrever.
Marco Antonio: Em linhas gerais esses são os principais problemas relacionados ao canal do dente. Mas temos vários outros problemas que não são tão comuns assim, e o mais indicado é realizar uma consulta com o endodontista, pois ele é o mais capacitado a diagnosticar qual o problema está ocorrendo com o paciente. Dra. Elaine, muitos pacientes quando me procuram possuem várias perguntas relacionadas a vários aspectos do tratamento endodôntico, dentre essas perguntas temos as seguintes:
Marco Antonio: O tratamento de canal dói?
 J Elaine: O tratamento endodôntico não dói, porém em alguns casos quando o quadro inflamatório está muito agudo, o paciente pode sentir desconforto. Quando a polpa é viva a anestesia é necessária, porém quando a polpa está morta (ou seja, ocorrer necrose) não é necessário anestesiar. O maior desconforto do tratamento endodôntico é a necessidade de manter a boca aberta por um longo período de tempo.
Marco Antonio: Após o tratamento de canal o dente pode apresentar-se dolorido? E o tratamento é eficiente?
J Elaine:  Em geral o dente após o tratamento não apresenta sensibilidade, porém pode o dente tratado canal possuir uma pequena sensibilidade por alguns dias. Em relação a eficiência, posso afirmar que é eficiente sim. Em condições normais o tratamento endodôntico é previsível se o dentista cumprir corretamente os princípios biológicos e técnicos que orientam o tratamento.
Marco Antonio: Eu perguntei isso, pois muitos pacientes que me procuram pedem para extrair dentes e colocar implantes ao invés de tratar o canal e em seguida colocar uma restauração. Quando isso acontece digo que o tratamento com implantes é em último caso, ou seja, nada substitui a própria raiz do dentes, e o melhor para ele é o tratamento e não a extração do dente e posterior colocação de um implante.
Marco Antonio: Continuando com as perguntas, Dra. Elaine o dente morre depois do tratamento do canal, e ele fica imune a problemas com cárie?
J Elaine: Não, o dente não morre, pois o dente continua inserido nos tecidos periodontais que o circunda. Em relação ao dente ficar imune a cárie e outros problemas, isso não ocorre, pois mesmo com o tratamento de canal o dente continua sujeito a ter cárie, porém com um detalhe, ele não irá doer. Por isso é muito importante que o paciente faça uma visita regular no seu dentista, pois pode acontecer de um dente tratado com canal possuir uma restauração com infiltração e não sentir dor alguma, e quando o problema é detectado a cárie pode estar tão profunda que leva a perda do dente.
Marco Antonio: O que poderá ocorrer se o tratamento de canal não for realizado?
J Elaine: Podem ocorrer vários problemas, desde a perda do dente até mesmo desenvolver um cisto ou abcesso na raiz. Estes tipos de lesão podem causar outros desconfortos como a supuração, que seria a drenagem do pus através da gengiva, afetando o paladar e causando mau hálito ou ainda, comprometendo o organismo como um todo, pois a infecção pode se disseminar para os olhos, ouvidos e até órgãos vitais. Entre os problemas mais graves decorrentes de um dente infectado estão a endocardite bacteriana, que é a proliferação das bactérias do dente no músculo cardíaco. Outras tão grave quanto está a Angina de Ludwig, que consiste na proliferação da bactéria nos fácias do pescoço que alguns casos podem levar a óbito.
Marco Antonio: Um dente já tratado canal pode receber novamente tratamento? É sempre que um dente tratado endodonticamente escurece?
J Elaine: Normalmente um dente tratado canal não é preciso retratar, porém em alguns casos há a necessidade de retratamento, onde não foi possível seguir os padrões exigidos, tais como, remoção dos microorganismos, selamento dos condutos, obturação parcial, incompleta, dos condutos, entre outros.
No tocante ao escurecimento, podemos dizer que isso ocorre quando o dente sofre uma hemorragia da polpa, necrose, ou mesmo algum erro técnico. Mas o normal é que não ocorra escurecimento do dente tratado canal. Mas se isso ocorrer o dentista dispõe de recursos para retornar a cor natural do dente, possibilitando uma estética mais aceitável.
Marco Antonio: Dra. Elaine o dente tratado canal fica mais fraco?
J Elaine: Sim, devido a perda de substância dentária causada pela própria cárie ou pelo acesso feito para poder remover a polpa. Contudo se o dente for restaurado de maneira eficiente não surtirá nenhum problema para o dente, e a restauração mais indicada para dentes com grande perda de substância dentária é a coroa, pois protege melhor o remanescente dentário.

Bem chegamos ao final de mais uma edição do programa “Sorria Sempre”. Gostaria de aproveitar para dizer que o projeto de Odontologia Social Comunitária está com inscrições abertas para pacientes que precisem de tratamento com implantes dentários, especialmente desdentados totais ou parciais. Você pode acessar o site www.proesa.org, proesa com s, e lá você terá as informações. Ou através do telefone 3047-2608. Parte do valor do tratamento é custeado pelos patrocinadores do projeto.
Dra. Elaine Marques muito obrigado pela sua participação esclarecendo nossas dúvidas a respeito do tratamento endodôntico, ou também, como é conhecido tratamento canal, aqui na Rádio Nova Aliança.
J Elaine: Eu que agradeço a oportunidade de poder colaborar na divulgação da odontologia e em especial a endodontia. Queria, também, agradecer ao Dr. Marco Antonio Cançado pelo convite e a toda a equipe de produção.
Dr. Marco Antonio Franco Cançado

Programa Sorria Sempre - Rádio Nova Aliança - 21mar2011

Dando continuidade a série de informações sobre saúde bucal, hoje iremos abordar a ortodontia. O que vem a ser ortodontia? É a especialidade da odontologia que visa prevenir, diagnosticar e tratar irregularidades dos dentes e ossos maxilares posicionados de forma inadequada. O especialista desta área é chamado de ortodontista.
É sabido que dentes tortos ou que não se encaixam corretamente são difíceis de serem limpos, podendo ser perdidos precocemente, devido à deteriorização e à doença periodontal. Também causam estresse aos músculos da mastigação que pode levar a dores de cabeça, distúrbios na articulação mandibular, dores na região do pescoço, ombros e das costas. Além de interferirem na aparência.
Como saber se preciso fazer tratamento ortodôntico? Apenas o seu dentista ou um ortodontista poderá determinar se você deverá usar aparelho ortodôntico. Com base em alguns exames do paciente que incluem radiografias, modelos de gesso, exame médico, fotografias, entre outros o profissional dentista poderá fazer uma análise de qual o tipo de tratamento mais recomendado para cada clínico. Entre os problemas mais comuns temos:
1)      Mordida aberta: espaço entre os arcos superior e inferior quando o paciente fecha a boca. Muitas vezes este problema está associado a pessoas que chuparam o dedo durante muito tempo, mas pode ser também um problema genético, que passa dos pais para os filhos.
2)      Sobremordida: este caso é caracterizado por um excesso vertical da região frontal da arcada superior. Neste caso os dentes da frente superior recobrem todo ou quase todos os dentes inferiores, levando a problemas mastigatórios e conferindo um sorriso desagradável. O exemplo mais emblemático é o jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho.
3)      Mordida cruzada: ocorre quando a arcada se fecha de modo invertido. Ou seja, o normal é quando o arco superior, conhecido como maxila, sobrepõe-se ao arco inferior, cobrindo 1/3 dos dentes inferiores. A mordida cruzada é a inversão em parte ou total desta relação.
4)      Desvio da linha média: ocorre quando a linha central do arco inferior não coincide com a linha central do arco inferior.
5)      Diastema: ocorre quando há presença de espaços entre os dentes, resultando principalmente por falhas ou ausências de dentes nos arcos dentários.
6)      Alinhamento: é o oposto do diastema , ocorre quando há pouco espaço nos arcos dentários e conseqüentemente há a sobreposição de um dente em cima do outro, chamado de dentes encavalados.
Para a correção destes problemas diversos tipos de aparelhos tanto móveis como fixos, são utilizados para ajudar movimentar dentes, alterar o posicionamento dos ossos e corrigir as forças musculares. Os aparelhos funcionam colocando pressão sobre os dentes, ossos e músculos, e a escolha de um determinado tipo do problema do paciente e a gravidade do caso clínico. Entre os aparelhos existentes podemos citar os mais utilizados pelos ortodontistas:
a)      Aparelho fixo: é o tipo mais comum dos aparelhos utilizados, consiste em bandas, braquetes e fios de aço. As bandas são fixadas em um ou mais dentes posteriores, de trás, e servem como âncoras para o restante do aparelho. Os braquetes são colocados na superfície externa dos dentes e servem para fixar o fio ortodôntico. Já os fios que são em forma de arco, servem para realizar a movimentação e alinhamento dos dentes. E aqui vai uma informação que muitos pacientes se enganam: o que aperta o aparelho e faz o dente movimentar não são as borrachas que são trocadas a cada consulta, e sim os fios que são trocados por fios cada vez mais grossos. Normalmente os braquetes são feitos de aço inoxidável, porém já existe braquetes na cor dos dentes feitos de porcelana ou plástico super resistente que proporcionam melhor estética. Existem, ainda, aparelhos que ao invés de serem fixados na superfície externa do dente, eles são colocados na superfície lingual ou interna, tornando o aparelho quase imperceptível, esta técnica é conhecida como ortodontia lingual.
b)      Aparelho fixo especial: são aparelhos utilizados para controlar, por exemplo, o hábito de chupar dedo, ou a língua presa. Como o nome indica, este tipo de aparelho é utilizado somente em casos especiais, pois são específicos para casos clínicos mais complexos.
c)      Mantenedor de espaço: é utilizado quando um dente de leite é perdido precocemente, então este aparelho é fixado para manter o espaço aberto até que o dente permanente apareça.
Entre os aparelhos móveis podemos destacar:
1)      Niveladores: este tipo de aparelho é uma alternativa para os aparelhos convencionais para adultos, niveladores em série estão sendo utilizados por um número maior de profissionais para mover os dentes da mesma forma que os aparelhos fixos, mas sem os fios de aço ou braquetes. Os niveladores são praticamente invisíveis pois são feitos de acrílico incolor e são removíveis para que o paciente possa se alimentar, e realizar a higienização dos dentes com maior facilidade em comparação com o aparelho fixo.
2)      Mantenedores de espaço móveis: tem a mesma função dos fixo. São feitos em base de acrílico que se encaixa sobre a arcada e possuem braços metálicos entre determinados dentes que devem ser mantidos separados.
3)      Expansor palativo: um mecanismo utilizado para alargar o arco superior. Consiste em uma placa de plástico que se encaixa no arco palatal, onde a pressão externa aplicada sobre a placa por meio de um parafuso que força os ossos da maxila a se afastarem, alargando o palato. Neste caso o sinal clínico característico é o palato profundo, o osso possui uma maior depressão. Quando este tratamento não é realizado em fase de crescimento, o paciente deverá se submeter a uma cirurgia para correção deste problema, que é muito comum na população brasileira.
4)      Aparelhos reposicionadores de mandíbula: são dispositivos utilizados para reposicionar a madíbula para uma posição mais favorável, muito utilizado em pacientes que possuem algum tipo de disfunção da articulação mandibular.
5)      Posicionadores de lábios e língua: são utilizados para manter os lábios e língua em posição favorável evitando a pressão excessiva sobre os dentes, o que ocasiona a movimentação indesejada dos dentes.
6)      Contentores móveis: utilizados no palato, também chamado de céu da boca, tem a função de contenção premiado que os dentes retornarem a posição anterior ao tratamento. Utilizados também para que a criança evite chapar o dedo.
7)      Aparelho extrabucal: neste tipo de aparelho, uma faixa é colocada em volta da parte de trás da cabeça, e ligada a um elástico na frente, ou arco facial. Este aparelho segura o crescimento da maxila e mantém os dentes de trás em posição, enquanto os dentes anteriores são pressionadas para trás.
As perguntas mais comuns dos pacientes que me procuram são:
a)      Qual a melhor idade para uma avaliação com o ortodontista?
Não há regra, mas em geral aos 7 anos, nesta fase o tratamento terá melhor efeito, pois a maioria dos problemas ortodônticos são mais facilmente tratados durante a fase do crescimento.
b)      O que acontece se os problemas não forem tratados?
Destes mal posicionados podem facilitar o aparecimento de cáries, doenças gengivais, perda do osso de suporte ao redor dos dentes, alterações da fala e da mastigação. Dores na articulação temporo-mandibular, dores nas costas, ombros e até na coluna.
c)      Aparelhos ortodônticos são indicados para jovens, ou adultos também podem usar?
Essa pergunta é bastante intrigante, pois em geral os pacientes adultos são mais relutantes em usar aparelho ortodôntico. Hoje em dia, há uma parcela muito grande de adultos que passam por tratamento ortodôntico para melhorar o posicionamento dos dentes para poder colocar implante de uma maneira mais natural. Portanto não há contra-indicação para adultos, desde que possua boa saúde bucal, sem cáries ou problemas gengivais.
d)      É preciso extrair dentes permanentes no tratamento ortodôntico?
Em alguns casos específicos a resposta é sim. Casos onde há uma diferença entre o tamanho dos dentes e o tamanho da arcada, e os dentes não estão se posicionando de uma forma adequada, a alternativa é a extração de dentes para um melhor posicionamento dentro da arcada.
e)      Aparelhos causam manchas ou cáries?
Normalmente não, porém estes problemas podem ocorrer caso o paciente não faça a higienização correta dos dentes durante o tratamento. Com certeza o profissional cirurgião-dentista irá orientar o paciente para que ele execute a correta higienização e a melhor dieta para evitar o aparecimento de problemas durante o tratamento ortodôntico.
f)       Quanto tempo leva um tratamento ortodôntico?
Depende muito de cada osso. Fatores como a gravidade do problema, tipo de crescimento da face, idade e nível de cooperação do paciente, interferem no tempo de tratamento. Tratamentos mais simples como correção de mordidas cruzadas em crianças ou pequenos movimentos dentários em adultos duram aproximadamente 6 meses. A maioria dos tratamentos com aparelho fixo em adolescentes dura aproximadamente 2 anos , e casos com extração de dentes duram 2 anos e meio.
Após o tratamento do problema é necessário o uso de um aparelho removível ou um dispositivo fixo para conter os resultados atingidos.
Acredito que eu tenha esclarecido os principais pontos a respeito da ortodontia.
Dr. Marco Antonio Franco Cançado

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