quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Programa Sorria Sempre - Rádio Nova Aliança - 14nov2011

Em continuidade aos assuntos mais relevantes sobre odontologia e suas mais variadas formas de tratamento, hoje falarei sobre higiene bucal, câncer de boca e o uso do flúor.

Pode parecer estranho, mas a maioria das pessoas realiza mal a tarefa simples e importante de manter a correta higiene bucal, existindo percentual significativo que não a realiza na quantidade certa de vezes ao dia e outros que a fazem de maneira insuficiente. A higiene bucal completa é a maneira mais barata e segura de garantir a não formação da placa bacteriana, impedindo, com este cuidado sistemático, o surgimento do tártaro e o início das cáries, que, quando não tratadas, são os motivos maiores das despesas nos consultórios dentários. Se lembrarmos que a maioria dos dentes perdidos tem como início a cárie resultante da má ou insuficiente higiene bucal, poderemos ter uma noção mais exata da importância de aprender a higienizar corretamente os dentes.

Este deveria ser um dos principais motivos para se ir ao dentista, mas como achamos que sabemos tudo, somente um pequeno percentual o faz e em função disto procede corretamente, conseguindo remover a placa bacteriana através do uso do fio dental para remoção dos resíduos alimentares, impedindo o início da formação da placa, entre os dentes e abaixo da gengiva, área não atingida na escovação normal. Esta região entre os dentes, em determinados pacientes, deve ser objeto de uso de uma escova especial, chamada de interdental, para higienizar estas áreas onde as escovas convencionais têm mais dificuldade de acesso. Depois desta é que se faz uso da escova normal, de preferência com cerdas macias, usada em ângulo de 45º sobre o colo e a margem gengival (a área mais importante a ser higienizada),  com pequeno movimento circulatório lento, mantendo-a parte em contato com os dentes e parte com a gengiva, penetrando nos espaços interden­tários e massageando as gengivas.

Saber manipular bem o fio ou a fita dental e a escova são técnicas, tal qual saber escrever ou desenhar e, portanto, necessitam de aprendizado e treinamento, com acompanhamento e monitoração. Os que a dominam são contemplados com economia nos gastos com dentistas, além de não gastarem o tempo necessário para longos tratamentos. Não passarão pelo descômodo da dor e do sono perdido em conseqüência desta e, logicamente não perderão festas e compromissos sociais por contratempos resultantes dos problemas odontológicos. Vantagem extra estes terão em ostentar um sorriso mais jovial e saudável, por um período mais longo de suas vidas, com fisionomia facial mais saudável, além de desfrutarem de uma digestão mais fácil e rápida, decorrente de um melhor corte e trituração dos alimentos.

A evolução do conhecimento odontológico foi tanta que hoje já se ensinam os cuidados com higiene bucal para os bebês. Na infância, todos deveríamos ter aprendido com exaustão a técnica da correta escovação, para na adolescência aprender e dominar o uso do fio dental, para na meia idade iniciar o uso das escovas interdentais e unitufo (com uma só cerda). Todos os dentistas estão aptos a bem ensinar a prática da higiene bucal e, os mais interessados neste item, montam uma sala de escovação, que alguns chamam de escovódromo. O assunto é tão sério, que foi regulamentada uma função auxiliar ao dentista, chamada de técnico em saúde bucal, que tem como finalidade principal a manutenção dos pacientes motivados na arte de bem higienizar seus dentes. Pacientes rebeldes ou com dificuldade de concentração para estas funções podem buscar dentistas direcionados à prevenção, que montam programas de monitoramento específico para cada tipo de paciente, segundo seu grau de risco em função das más condições resultantes da higiene bucal deficiente.
Existe um conjunto de procedimentos destinados a acompanhar periodicamente as pessoas interessadas em precaver-se quanto ao surgimento das diversas possibilidades de câncer da cavidade oral, que são: câncer do palato, câncer da área retromolar, região situada atrás dos dentes molares; câncer das gengivas; câncer do lábio; câncer da língua; o mais fatal entre os da cavidade oral, principalmente se em diagnóstico tardio, câncer dos ossos maxilares e o câncer da região jugal, também conhecido como câncer das bochechas. Exames periódicos (por exemplo, uma vez ao ano junto com a consulta de “check up” bucal) ajudam a identificar pequenas lesões que, se não tratadas poderão evoluir para alguma forma de câncer.

Maneiras de prevenir e minimizar os riscos de surgimento do câncer bucal são iniciativas simples, embora envolvam decisões que alguns relutam em tomar. A primeira é fácil: boa higiene oral, a segunda é a partir da eliminação de possíveis irritadores, como bordos filosos nos dentes, terceiro é o tratamento imediato de todo e qualquer foco infeccioso, quarto são correções de próteses mal adaptadas ou frouxas que podem provocar feridas crônicas e por último o mais difícil: interromper o vício do fumo, que é um dos maiores causadores de câncer na cavidade oral. Como prevenção, qualquer lesão bucal que não seja diagnosticada com segurança deve ser motivo de biópsia, para tirar dúvidas e permitir tratamento em sua fase inicial, pois como em outros tipos de câncer, nesta fase existem melhores e maiores condições de serem tratados. Como tratamentos, os mais usuais são a cirurgia e as radiações. Para esta região do corpo humano, nos casos de câncer bucal, a maioria tem indicação para a cirurgia e alguns casos recebem orientação para radiação, acontecendo às vezes indicação para tratamentos envolvendo ambos. Antes da decisão por qual tratamento, o importante é que a pessoa esteja amparada por um especialista competente em diagnóstico na área.

Havendo suspeita, o melhor caminho é um diagnóstico o quanto antes, para aumentar as chances de um prognóstico positivo. Os sinais ou indícios de câncer da boca são as feridas sem cicatrização espontânea, regiões endurecidas continuamente, dificuldades de movimentação da língua, problemas para deglutir alimentos, dificuldades na fonação, aumento significativo na secreção salivar. Fora da cavidade oral, deve-se prestar atenção em nódulos endurecidos na região do pescoço. Quaisquer destas presenças separadas ou em conjunto devem servir de alerta para um exame mais criterioso e encaminhamento a especialista. Neste caso o profissional mais indicado é o patologista bucal, que por sua atuação e conhecimentos, é o especialista mais capacitado para os primeiros procedimentos em casos de suspeita de câncer. Se considerarmos que a maioria das indicações de tratamentos para os diversos tipos de câncer bucal serão por intermédio de intervenção cirúrgica, também pela necessidade de encaminhamento de exames do tipo biópsia, os cirurgiões bucomaxilo faciais, dentre os especialistas da Odontologia, são os mais acostumados e conhecedores quanto ao tipo de exames a serem solicitados e a forma correta de fazê-los.

Lugares certos para encontrar especialistas na área da cirurgia e patologia, são as faculdades de Odontologia, que sempre tem professores nestas especialidades, e na maioria dos hospitais, especificamente na traumatologia, onde, normalmente, costuma figurar um cirurgião bucomaxilo facial na equipe. Todos os bons profissionais conhecem os mais importantes cirurgiões bucais da cidade, que devem ser os procurados, tanto para diagnóstico, como para tratamento dos diversos tipos de câncer da cavidade oral.

A adição de flúor na água, num processo conhecido como fluoração, prática comum, hoje, nas médias e grandes cidades brasileiras, junto com a crescente inclusão deste nos dentifrícios bucais, constitui-se em excelente iniciativa para proteção dos dentes quanto à prevenção ao surgimento de cáries. Havendo dúvidas quanto a sua existência ou querendo-se uma dose de segurança, muitos dentistas preconizam a aplicação de flúor na forma de gel ou pastilhas, que são soluções de fluoreto de sódio a 0,2%. Outra alternativa usada com ótimos resultados para a profilaxia e manutenção dos dentes sem cáries é a aplicação de selantes, que são substâncias com a propriedade de aderirem ao esmalte do dente e que por impedirem o desenvolvimento de micro-organismos, impedem o surgimento de cáries, principalmente na infância e adolescência, que é a fase mais susceptível e de maior dificuldade de conscientização à perfeita higienização.

A existência de água fluorada deve ser motivo de questionamento dos pais junto a dentistas ou à administração da sua cidade, inclusive porque, se insistentemente questionada, poderá se motivar por sua adição. Por segurança, devem ser preferidos os cremes dentais com flúor. A aplicação tópica de flúor é iniciativa dos pais e sugestão dos dentistas conscientes, ficando a aplicação de selantes, o método mais caro e eficiente, como opção de total segurança, desde que renovada nos períodos certos, como uma verdadeira vacina contra as cáries. Sua aplicação envolve o isolamento da área que receberá a aplicação, a regularização, através de polimento dos dentes a receberem o selante, fixação deste por um líquido condicionador, normalmente um ácido do tipo fosfórico e, finalmente, a aplicação do adesivo, secagem e fixação por meio de ativação com luz fotopolimerizadora. Esta aplicação, normalmente, tem como resultante várias camadas, motivo pelo qual alguns autores referem-se ao selante sempre no plural, preferindo a denominação selantes para o procedimento e seu resultado.

A vantagem dos selantes, quando aplicados é que com raríssimas exceções, a criança ou adolescente que recebe o tratamento está livre de cáries, seus inconvenientes e custos. Como lembrete, o renovar das aplicações nos tempos certos prescritos pelo dentista é a garantia de estar livre das cáries. Nas aplicações com gel ou pastilhas, as reduções medidas em dentes cariados, entre os que optaram por este tratamento, são expressivas, principalmente se comparados a crianças que não receberam nenhum tratamento com esta finalidade. Estudos de sanitaristas e especialistas demonstram que as necessidades de flúor estão cobertas pelas quantidades aplicadas, tanto nas águas quanto nos dentifrícios, comprovando-se, através de estatísticas sua eficácia na profilaxia da cárie. Todas, em seus distintos graus, são iniciativas vantajosas se considerarmos os benefícios que trazem, não só econômicos, como de saúde e bem-estar.

Hoje se tem, como idade ideal para começar os cuidados com a prevenção à cárie, a fase do bebê, seguindo-se um acompanhamento mais rígido na infância e um controle estreito na adolescência, não se imaginando, em qualquer uma das fases, que o beneficiado vá ter iniciativa espontânea. O certo é escolher um odontopediatra como profissional mais indicado para administrar e orientar os cuidados com a saúde bucal de seus filhos. Faça sua parte, incentivando os procedimentos orientados e cobrando e controlando as providências sugeridas por este especialista. Como recompensa, pense em dentes saudáveis e sadios para o resto da vida.

Dr. Marco Antonio Franco Cançado

Programa Sorria Sempre - Rádio Nova Aliança - 31out2011

Em continuidade aos assuntos mais relevantes sobre odontologia e suas mais variadas formas de tratamento, hoje falarei sobre tratamento de canal, enxerto de osso e check-up bucal.

  

Canal radicular é a parte das raízes dos dentes por onde passa o conjunto de vasos e nervos que ligam os dentes ao sistema nervoso central. Pode-se dizer, também, que é o espaço ocupado pela polpa dentária radicular. Em conseqüência de cáries não tratadas e que atingem o terceiro grau (o primeiro é o esmalte, o segundo a dentina e o terceiro a polpa ou canal), quando ele ainda se encontra com vitalidade, penetrando na câmara pulpar numa forma de invasão, contaminando esta região, a qual se isto não acontecesse, permaneceria fechada, sem contato com o meio externo. As proteções maiores estão no esmalte e na dentina. Quando chega na polpa, a invasão é rápida e fácil, desencadeando o processo de infecção dos canais radiculares. Este é o momento em que os canais precisam ser tratados, inclusive porque, na sua fase aguda, com os microorganismos enclausurados nos tecidos, a dor é intensa, chegando em muitos casos a ser insuportável.

 A primeira parte do tratamento de canal é sua desinfecção, quando se removem os restos pulpares com dentina infectada e outras substâncias estranhas das paredes dentinárias. Esta etapa é mecânica, mas inclui a utilização de elementos químicos, como o hipoclorito de sódio para lavagem dos condutos. Sua complementação é feita com medicação para ação regenerativa indutora da formação de uma capa dura de hidróxido de cálcio para sua proteção, na forma de um recobrimento direto ou indireto. Conclui-se o tratamento do canal com sua obturação definitiva, fase que só acontece após um fechamento provisório por 24 horas, para melhor avaliação do tratamento feito. De acordo com as necessidades de abertura do canal, pela perda de dentina e esmalte, a obturação é feita para permitir maior resistência ao dente, ou ainda, para que o mesmo possa receber uma restauração metálica ou servir de suporte para confecção de uma prótese apoiada em sua estrutura remanescente.

Motivo maior para se fazer o tratamento de canal é não perder o dente. Nos casos em que o tratamento de canal é feito em tempo hábil, permite-se o aproveitamento integral do dente mediante uma simples restauração. Se alguns dentes já foram perdidos, outros dentes serão utilizados para sustentar próteses que irão repor os dentes perdidos. Nestes casos, quase sempre o tratamento de canal é necessário para que não aconteçam problemas depois que a prótese já tenha sido colocada tendo-se que removê-la para tratar os canais. Outra vantagem do tratamento de canal, quando necessário, é o fato de que um canal tratado tira a vitalidade daquele dente, ou seja, este dente não tem mais possibilidade de vir a doer. Deve-se pensar também que dentes infeccionados estão espalhando pelo corpo agentes infecciosos, justamente por nossa porta de entrada mais direta, que é a boca, podendo desencadear outros processos infecciosos. Por estes motivos, canais infeccionados devem ser tratados o quanto antes, inclusive para evitar a fase aguda, em que a dor é latejante.

Todos os dentistas aprendem a fazer tratamentos de canal. Os canais dos dentes anteriores, além de serem unitários, são retos e de mais fácil tratamento. Os pré-molares tem dois canais e os molares três, sendo, nestes últimos, comuns os canais curvos em função de serem tortas as raízes de muitos dentes. Canais curvos, e com canais secundários são de mais difícil tratamento, motivo pelo qual alguns profissionais preferem optar por encaminhar este tipo de paciente a especialistas. Os especialistas em tratamento de canais são chamados de endodontistas e, normalmente, preferem que os pacientes venham indicados por seus dentistas, para saberem de antemão o que pretendem estes colocar sobre o dente que terá seus canais tratados. Canal só dói se não tratado. Feito o tratamento, não dói mais.


Enxertos são colocações de materiais sintéticos, de origem em outros animais (heterógeno) ou do próprio organismo humano (homógeno), para se tentar corrigir algum defeito por falta de tecido decorrente de perda óssea patológica ou como resultado de extrações, podendo ainda ser de gengiva, caso esta tenha sofrido retração ou perda. Os próprios dentes podem ser enxertados, em trabalho denominado de transplante e que será objeto de um item à parte, mais adiante. O princípio da maioria dos enxertos é estimular uma nova formação de tecido perdido, através de uma preparação da área onde se pretende que o mesmo tecido volte a crescer, a partir de um processo de regeneração.

A técnica consiste em abrir a área onde aconteceu ou está acontecendo a perda de tecido, identificar o agente causador, interrompê-lo para que o processo não continue e, através da colocação do enxerto, possibilitar que o próprio organismo estimule a formação de novo tecido, como acontece, por exemplo, na cicatrização de uma ferida, que é também o mesmo princípio da união de um osso que esteve quebrado ou da reposição do sangue perdido em um traumatismo, pelo fato de existir no organismo uma propensão a reparar-se com reposição de partes perdidas. No caso dos enxertos usados na Odontologia, a utilização dos materiais de preenchimento, propósito de preservar a área que se pretende regenerar, de forma a evitar que outro tecido (gengiva, por exemplo) cresça mais rápido. Condições para o sucesso dos enxertos são a assepsia e anti-sepsia da área a ser enxertada e a condição estéril do material a ser enxertado. Os enxertos de melhor resultado são aqueles em que o doador é o próprio receptor, ou seja, quando se retira um pequeno fragmento de osso de uma região não tão importante, para levá-lo para outro lugar onde ele será mais necessário. O segundo tipo mais eficiente de enxerto usado quando não existe tanta necessidade de qualidade no resultado ou quando as áreas doadoras do próprio paciente não estejam disponíveis, é o enxerto de tecido similar, proveniente de outro animal (por exemplo, osso bovino). Por último, mas também com bons resultados quando o objetivo do enxerto é estético, são os enxertos com materiais sintéticos, como por exemplo, as hidroxiapatitas, cuja estrutura se assemelha à encontrada na nossa parte óssea. Modernamente, tem sido bom coadjuvante dos enxertos a colaboração do paciente, seguindo corretamente a medicação que lhe for recomendada e a utilização de raios laser, como aceleradores do processo cicatricial.

Os enxertos devolvem estrutura, melhorando estética e função quando estas são importantes, como por exemplo, nos casos em que é necessário mais osso para fazer uma implantação ou quando é preciso mais gengiva para dar estética a uma prótese. Em alguns casos, estes são imprescindíveis, como nesta situação de implantes e, noutros brindam uma melhora substancial na aparência, beneficiando significativamente o resultado visual do tratamento.

Em Odontologia, o especialista que mais lida com enxertos é o periodontista. Depois deste está o implanto­dontista e também o cirurgião bucomaxilo facial. Estes, pela experiência, estão aptos a conseguir bons resultados com enxertos, o que não impede um clínico geral com bom conhecimento da técnica e boa experiência, obter também bons resultados. Como a maioria dos procedimentos odontológicos, um dos requisitos mais importantes dos enxertos é sua correta indicação, ou seja, um estudo do caso para certificação de que os enxertos são viáveis naquele paciente e para aquele caso. Havendo esta, uma boa técnica e materiais os resultados dos enxertos têm sido animadores.


“Chech up” é um exame completo de todas as possibilidades de problemas relacionados com a saúde bucal, a exemplo do “check up” realizado pelos médicos, para o corpo todo. Alguns “check up” médicos incluem um bucal detalhado. Para os que tiverem interesse de saber a real situação de seus problemas odontológicos, existe o “check up” bucal. Ainda não muito difundido na Odontologia, seria de grande valia para identificar doenças que estejam começando na boca e que, como tal, teriam melhores perspectivas de tratamento, por estarem na sua fase inicial. Além dos problemas com os dentes, muitas outras doenças de várias partes do corpo têm manifestação na cavidade oral, o que permitiria seu diagnóstico por sinais ou sintomas e conseqüente encaminhamento ao médico especialista competente que, em muitos casos, só seria chamado a intervir nas fases agudas das doenças.

 Todo bom diagnóstico começa por uma boa anamnese, que vem a ser um histórico clínico levantado junto ao paciente, através de perguntas objetivas, para esclarecer os antecedentes, tais como doenças familiares, medicamentos usados, hábitos e vícios do interessado. Continua por um exame clínico baseado nos processos de inspeção, palpação e sondagem, complemen­tando-se o diagnóstico definitivo com exames radiográ­ficos (radiografia periapical, radiografia da ATM, radiografia panorâmica e, se preciso, uma tomografia), além dos citológicos (estudo das células), hematológicos (exames de sangue) e bioquímicos (exames com reagentes), quando necessários, para elaboração de um prognóstico, além de planejamento terapêutico. Um bom mapeamento dos problemas odontológicos de uma pessoa deve conter não só os problemas atuais, mas também possíveis ocorrências caso algum tratamento não venha a ser feito, além de estabelecimento de prioridades dentre os problemas levantados, de forma que esteja bem claro o que é urgente e o que pode ser resolvido em etapas seguintes. Observar o funcionamento da articulação temporo mandibular e das glândulas da cavidade oral são extensões úteis a um exame de “check up” bucal.

Não ser pego de surpresa por dor ou despesas maiores não programadas, deve fazer parte das preocupações de uma pessoa que planeja sua vida e que não possa ou  não queira arriscar-se em contratempos desta ordem. Prevenir é sempre melhor que remediar e planejar, igualmente tem vantagens sobre improvisar. Saber o que poderá lhe acontecer, odontologicamente falando, é a maneira certa de se precaver de mal maior. Boa parte dos problemas dentários é mais facilmente resolvida se detectada no início, além da natural economia quando as providências são tomadas nesta fase. Os planos de tratamento são mais bem executados se forem precedidos de um bom planejamento, que requer sempre tempo para estudos e exames para confirmar a natureza dos problemas.

Exames clínicos são bem feitos pelo seu dentista, que se julgar necessário um levantamento radiográfico mais completo, o encaminhará a um radiologista, especialista em confecção de radiografias panorâmicas ou tomografias. Sendo necessário, serão solicitados exames laboratoriais específicos. Caso se suspeite de alguma doença diferente das cotidianas dos consultórios dentários, as médias e grandes cidades já dispõem de institutos de diagnóstico odontológico, onde patologistas tem condições de formular com segurança seu atual estado e as providências e tratamentos necessários. No futuro, o “check up” bucal será rotina nos bons consultórios, elemento de identificação dos bons profissionais e diferencial decisivo para eleição de um dentista, ao qual se vai confiar a saúde bucal.

Dr. Marco Antonio Franco Cançado

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Programa Sorria Sempre - Rádio Nova Aliança - 17out2011

Em continuidade aos assuntos mais relevantes sobre odontologia e suas mais variadas formas de tratamento, hoje falarei sobre estética dental e hipersensibilidade.

        Os dentistas são unânimes em afirmar que dentes separados tem mais facilidade de higienização e, como tal, apresentam menor risco de cáries. Mas quando os dentes são muito separados, normalmente as pessoas reclamam de sua estética e do fato de, algumas vezes, terem algumas limitações fonéticas decorrentes disto. A razão destes dentes de tamanhos menores é, normalmente, vinculada a fatores hereditários e de raça, que levam a alguns dentes, principalmente os de menor função, como os laterais e pré-molares, a ser despro­porcionalmente menores que os demais, tirando a harmonia da dentição e em, alguns casos, dando feições juvenis e infantis às arcadas de pessoas adultas, gerando-lhes descontentamentos ou traumas.

Com a evolução da Odontologia estética, fruto do resultado de pesquisas que levaram ao lançamento mundial de resinas de última geração, que têm como características a perfeição de consistência, total similaridade de cor, textura da dentina e esmalte dos dentes, além de características de união às estruturas dentais, a possibilidade de solução para estes problemas passou a ser excelente. Tanto que a área da Odontologia que mais cresce entre os clínicos gerais é, justamente, a ligada à estética. Colaborou também muito para este sucesso o lançamento de aparelhos de emissão de luz foto-ativadora, que tem por finalidade polimerizar (endurecer) estes modernos materiais restauradores usados para aumentar dentes pequenos ou corrigir pequenas anormalidades de posicionamento de um dente. Também as técnicas de preparo e proteção às partes fundamentais dos dentes evoluíram substancialmente, sendo possíveis, hoje, tratamentos estéticos quase imperceptíveis, sempre que bem indicados e executados por profissionais competentes.

A grande vantagem do estado atual da Odontologia é poder mudar radicalmente a aparência das pessoas apenas com pequenas correções na forma de alguns dentes, propiciando, ao todo, uma condição mais harmônica, permitindo ao seu portador um sorriso mais natural, bonito e espontâneo. Estar de bem com sua aparência é a maneira mais direta de nos sentirmos satisfeitos conosco mesmos e mais seguros em nossas atitudes, principalmente naquelas que envolvem relacionamento social através da fala. Se com o sorriso movimentamos vários músculos para expressar alegria e satisfação, com dentes que nos desagradem enrijecemos alguns músculos da face, para não mostrar ou minimizar a aparência de dentes que nos desagradam. Com os dentes refeitos dentro dos modernos padrões de estética facial, podemos soltar nossa personalidade e desfrutar da espontaneidade, nossa característica maior depois do sentimento.

Como nosso corpo em seu todo, nossos dentes têm um período paralelo de desenvolvimento e crescimento. Até a adolescência não só eles podem crescer como mudar de posição, alterando tamanho e inclinação. Após esta fase, só mudarão por alguma disfunção, sendo a partir de então o momento indicado para as correções que se fizerem necessárias para acertar forma e estética. Na dúvida, existem meios de determinação de idade óssea e término da fase de crescimento. Dentes pequenos são corrigidos pelos dentistas com material e aparelhos apropriados, procedimento que pode ser feito pelo seu próprio dentista ou caso este não se dedique à estética, ele poderá indicar um especialista na área.

      Nossos dentes têm sua parte sensível na forma de pequenos canais chamados canalículos dentinários, que, para entender melhor, são ramificações minúsculas ligadas ao canal principal do dente, que é seu elemento de comunicação com o sistema nervoso central. Quando um dente tem uma cárie, uma fratura, podendo ser uma pequena rachadura do esmalte, uma retração gengival resultante de doença das gengivas ou quando há perda do esmalte do dente, a resposta dolorosa resultante aos estímulos térmicos, de agentes químicos ou ao próprio toque da língua ou outro objeto, recebe o nome de sensibilidade de colo. Em algumas pessoas e em determinadas faixas etárias, esta é maior, impedindo que a pessoa tome um sorvete, um chá ou café quentes. Nos jovens, acontece mais em caso de fraturas pequenas, às vezes imperceptíveis. Nos adultos, quando em decorrência da perda do osso que sustenta os dentes, parte da raiz se expõe, mesmo que, visualmente, pouco se perceba. O sintoma, em ambos os casos, é sentir os dentes, o que em condições normais não acontece. Não chega a ser uma dor, mas sua constância incomoda sempre que algum estímulo aconteça.

Existem alguns tratamentos paliativos, que funcionam mais ou menos segundo o limiar de sensibilidade de cada um. Antes de fazer qualquer tratamento, alguns dentistas recomendam o uso de creme dental específico para dentes sensíveis, como primeira tentativa. Os tratamentos mais comuns são à base de aplicações de nitrato de prata, cloreto de zinco ou ferrocianeto de potássio, sempre em porcentagens e fórmulas de diluição ou aplicação a critério do dentista, que optará segundo o grau de sensibilidade e reação de cada paciente. Alguns casos têm melhores resultados quando a aplicação, ao invés de ser tópica, é feita com deposição eletrolítica, ou por aplicações de raios laser. Outros, mais extremos, requerem cortisona e nos pacientes em que a sensibilidade não cessa mesmo com as aplicações, a solução última é o tratamento do canal.

A sensação de alívio ao receber a aplicação, para muitos, é imediata e só o fato de ser feita uma ou algumas aplicações já soluciona o problema em definitivo. Noutros, após algum tempo a sensibilidade retorna, sendo necessárias novas aplicações. Quem tem sabe o quanto vale o tratamento, que é simples e, ao contrário do que se imagina, não dói, pois só faz aliviar a dor. Em ambos os casos, só o fato de se fazerem as aplicações pode ser solução definitiva para o problema. Quando não, e estando indicado, o tratamento do canal do dente passível de sensibilidade é o consolo e descanso para quem sofre mais com os efeitos da sensibilidade. Só de lembrar que, de quando em quando, seus dentes ficam mais sensíveis, a vontade de ver-se livre do incômodo justifica qualquer sacrifício.

Para dentes sensíveis, não existe época ideal para tratar. Havendo sensibilidade, tem-se que procurar o dentista e buscar a solução. Não se justifica sofrer por causa de sensibilidade se o tratamento é na, maioria das, vezes simples, rápido e barato. A melhor coisa a fazer é ir ao dentista no dia em que a sensibilidade estiver se manifestando mais, de forma que ele possa identificá-la melhor e avaliar o resultado das aplicações. A maioria dos dentistas está acostumada a solucionar os casos normais de sensibilidade, não havendo ainda especialistas indicados nesta área, embora já existam na Odontologia, profissionais que estão se especializando em estudar os mecanismos da dor e as diferentes maneiras de combatê-la e solucioná-la. Nos casos mais avançados, pergunte a seu dentista se é o caso de lhe recomendar algum especialista.

Dr. Marco Antonio Franco Cançado

Programa Sorria Sempre - Rádio Nova Aliança - 03out2011

Em continuidade aos assuntos mais relevantes sobre odontologia e suas mais variadas formas de tratamento, hoje falarei sobre cárie e limpeza dos dentes.

       Cárie é uma destruição dos tecidos dentários provocada, na maioria das vezes, por bactérias que formam uma película de consistência gelatinosa e que, por ser pegajosa, adere-se à superfície dos dentes, formando a placa dentária, que, por sua origem, hoje é mais conhecida como placa bacteriana. Por má higiene bucal, forma ou composição do dente, dieta alimentar, raça ou fatores hereditários, podem apresentar-se mais na infância, adolescência e início da fase adulta. A cárie se inicia pelo esmalte dos dentes, sendo em alguns casos identificada por uma mancha branca opaca, noutros não percebida por localizar-se em saliências e reentrâncias ou ainda em áreas de contato dos dentes. Propaga-se pela dentina, que é a parte interna dos dentes e se não tratada, atinge os canais dos dentes que, afetados pelas bactérias, iniciam uma degeneração celular, que é o início do fim do dente, como elemento vital da mastigação.

Seu tratamento deve, em primeira instância, ser preventivo, através de cuidadosa higiene bucal após as refeições e antes de dormir. Esta deve incluir a escovação convencional, limpeza da parte sub-gengival com fio ou fita dental, afora recursos próprios para a idade de maior risco, tais como selantes, aplicações tópicas de flúor e outros cuidados especiais para cada caso, que seu dentista irá lhe indicar, tais como escovas unitufo, escovas interdentais ou anti-sépticos bucais. Um destes métodos será sempre mais barato e menos demorado que os longos tratamentos dentários, motivados por cáries e perdas dos dentes. Sua não realização pode levar a cárie, que é tratada pela remoção da parte cariada do dente e sua restauração que, além de reconstituir a forma anatômica e estética do dente, tem por finalidade inibir a continuidade da cárie, pela aplicação de materiais com curativo ao progresso do processo carioso.

Tratar cáries assim que elas surgirem é a maneira econômica de não gastar mais na continuidade do processo, além do que se evitam, assim, procedimentos mais dolorosos como os tratamentos de canal e das gengivas. As restaurações pequenas, identificadas quando estão atingindo somente o esmalte dos dentes, podem, em sua maioria, ser realizadas sem anestesia, por se localizarem somente na parte mineral do dente, sem implicações sensoriais. Quando maiores, além de requererem forramentos para proteção da polpa, envolvem preparos com a finalidade de dar sustentação ao material restaurador, que será utilizado para obturar o dente. Tratando-se de casos avançados é necessária a confecção de blocos metálicos ou de resina, para adequada resistência mecânica da própria restauração e da parte remanescente do próprio dente, que por maiores remoções de tecido cariado, tornam-se mais frágeis e com risco de fratura na mastigação, se não forem feitos de forma adequada.

Não confie na sua vocação para dentista, sem ter estudado para tal, tentando descobrir se tem cáries ou não. Visite seu dentista de seis em seis meses. Na maioria delas ficará sabendo que não tem nada a fazer e, se tiver, será certamente pouco o que precisa ser feito e o que será gasto. Desta maneira não sentirá dor física no tratamento, nem a dor no bolso por não ter tratado antes. Tratar cáries é um dos procedimentos mais rápidos e seguros da Odontologia, principalmente em sua fase inicial e todos os dentistas estão aptos a realizar. Para as revisões periódicas, procure sempre o seu dentista, que por conhecê-lo e ter uma ficha de seu passado odontológico, saberá procurar os problemas nos lugares certos, alguns por já terem sido motivo de tratamentos anteriores. Os que fizerem um programa de manutenção e controle com seu dentista terão como prêmio não precisarem fazer grandes tratamentos nunca.

Mencionada pelos dentistas pelo nome técnico de profilaxia (por limpar também embaixo das gengivas) é a maneira de assegurar-se, de tempos em tempos, que a placa bacteriana não está instalada em seus dentes, por limitações de higiene oral, o que chega a originar o tártaro (cálculo). Isto acontece principalmente nas regiões mais difíceis de serem acessadas como a parte do dente que fica embaixo das gengivas, que é justamente onde mais costuma acontecer a formação da placa bacte­riana. Nesta região, além de cáries, poderão acontecer inflamações que levam a gengiva a desgrudar-se do dente, deixando esta área mais vulnerável e permitindo, com isso, que se inicie uma perda do osso que ajuda a sustentar os dentes, junto com os ligamentos que existem ao seu redor. Outra região que costuma acumular placa é a localizada entre os dentes, que é por este motivo, de difícil acesso à escova.

Estas limpezas não substituem as que devem ser feitas três vezes ao dia pelo próprio paciente e devem acontecer num prazo maior ou menor, justamente em função da capacidade e dedicação de cada um na limpeza doméstica. Os dentistas usam como recurso para realizar a profilaxia, um tipo de corante que deixa a região com placa bem evidenciada e lançam mão de recursos mais eficazes tais como um jato de pó de bicarbonato de sódio e um outro com pontas apropriadas que vibram por um aparelho de ultra-som. Além disto eles tem instrumentos chamados de curetas, em formas adequadas para remover placa e tártaro em lugares difíceis, procurando deixar a superfície dos dentes novamente limpa e lisa, de forma que a higiene do paciente volte a ser mais fácil. As limpezas feitas por dentistas terminam com polimento dos dentes para esta finalidade e para remover manchas causadas pelo fumo e pelos corantes artificiais de balas e alimentos.

A profilaxia ajuda a manter sua boca mais asséptica e sadia, melhorando a sensação agradável de uma boca bem higienizada, fator importante na motivação para a manutenção ideal da saúde bucal. Colabora também no visual de seu sorriso, pois, eliminando manchas e escurecimento dos dentes, a aparência melhora e com ela a vontade de manter os dentes sempre brancos e limpos. A redução da quantidade de bactérias da cavidade bucal com a retirada de placa e tártaro dos dentes, locais onde elas se concentram, diminui a chance de elas se espalharem para outras partes do corpo, onde podem ser também nocivas, como na corrente sangüínea, causando a endocardite bacteriana com riscos de enfar­te. Tudo isso sem mencionar o benefício imediato que é a diminuição do número de cáries, conseqüência primeira da presença da placa bacteriana.

Como a formação da placa é um processo lento, progressivo e quase imperceptível, não existe um momento certo ou mais adequado para a realização da limpeza profilática. Para evitar as conseqüências da placa, o certo é realizar visitas, a cada período de seis meses, ao seu dentista. Não tendo outro tratamento por realizar, boa iniciativa é aproveitar esta visita para fazer uma profilaxia. É coisa rápida, de baixo custo e com efeitos perceptíveis imediatamente, pois dá à sua boca uma sensação de limpeza e frescor. O seu dentista, além de capacitado, é o mais indicado para realizar esta limpeza e definir por seus cuidados de higienização, definindo qual a periodicidade ideal para as próximas consultas e profilaxias. De todos os procedimentos odontológicos, a limpeza é o mais barato, um dos mais preventivos e maneira segura de saber se você tem algum outro tratamento nos dentes por realizar. Não deixe de fazê-la. Tendo dificuldade de lembrar, associe as férias escolares como elemento de referência, sendo este um bom período, por não ser época que os consultórios costumam estar muito movimentados.

Dr. Marco Antonio Franco Cançado

Programa Sorria Sempre - Rádio Nova Aliança - 19set2011

           Hoje falarei sobre dois assuntos muito interessante: clareamento dental e facetas laminadas.

           Junto com os implantes e tratamentos ortodônticos, os tratamentos para clarear os dentes são uma das maiores novidades, principalmente após as descobertas de aplicação dos raios laser para esta função e por estarem relacionados à melhora da estética do sorriso, a vontade máxima da maioria dos pacientes que procuram espontaneamente os consultórios dentários. Praticados há décadas, talvez séculos, as tentativas de clareamento já passaram por diferentes métodos com o mesmo objetivo: embelezar os dentes. Foram ou são usados: pastas, discos, lixas, brocas, ácidos, líquidos, gel, corrente elétrica, fibra ótica, fotopolimerizadores e agora os aparelhos para emissão de raios laser. Desde a fase do uso do gel, os resultados tem sido animadores levando muitos clientes a buscarem uma melhora de sua aparência, pelo clareamento de seus dentes.

Antes de escolher o método é importante saber o que causa o escurecimento dos dentes: o primeiro deles é o próprio envelhecimento, em segundo, a higienização deficiente, terceiro, o hábito de fumar, quarto, a dependência de bebidas alcoólicas, depois o uso habitual ou vício de balas, chicletes, doces e outros coloridos artificialmente, que alteram, com o tempo, a pigmentação da superfície do esmalte dos dentes. Sem combater o agente causador do escurecimento, o clareamento será sempre um paliativo. Ao submeter-se a um método de clareamento, procure, junto com seu dentista, identificar o que levou ao escurecimento e faça uma campanha sistemática de combate a este causador, não só para manter, por um tempo maior, seus dentes mais brancos, mas principalmente para melhorar sua saúde como um todo, o que em muito irá colaborar para melhora da moldura e suporte de seu sorriso. Os tratamentos de clareamento em si são simples e consistem, basicamente, na aplicação de agentes branqueadores, por diversos métodos, uns mais caros, outros nem tanto. Seu dentista o orientará para o mais conveniente no seu caso, em função da origem do escurecimento e de sua disponibilidade de gastos para este fim.

A grande vantagem da maioria dos métodos modernos é sua rapidez e eficiência. Alguns têm todo o processo concluído em torno de duas horas para a boca toda, outros fazem em duas ou três sessões de meia hora, com resultados visíveis imediatamente após o encerramento do processo. Ter os dentes mais brancos por qualquer método, mesmo que obtida por uma simples profilaxia, é sempre um incentivo a uma melhor higienização pela tendência natural do ser humano em conservar melhor o que está limpo e relaxar no que está descuidado ou sujo. Em qualquer hipótese, não esqueça que dentes brancos não são garantia de longevidade, porque se não acontecer a correta higienização na área subgengival, esta poderá acumular placa, formar tártaro, gerar doença periodontal e, finalmente, o afrouxamento e perda dos dentes, mesmo os branquinhos, bonitos e sem cáries.

Se tiver desejo de uma melhor aparência através do clareamento dos dentes, consulte seu dentista e peça  um plano de tratamento envolvendo clareamento e manutenção controlada. Todos os dentistas trabalham com mais de um método de clareamento. Informe-se quais os utilizados por seu dentista, pergunte por valores, inclusive dos métodos que ele não utiliza, e faça comparações. Mesmo que você se trate com um dentista que não use o método do laser e seja sua vontade fazê-lo, não deixe de comentar com ele, para que lhe indique um profissional de confiança para realizá-lo e para você não ter constrangimento de visitá-lo em necessidade e ele vir a perceber que algo foi feito. Inclusive para que ele faça o adequado acompanhamento de manutenção.







         Por problemas genéticos, má higienização, tratamentos de canal não realizados ou feitos de forma incompleta, excesso de antibióticos ou outros motivos, de origem sistêmica, os dentes podem apresentar más formações ou aparência ruim, pelo fato de estarem manchados, escurecidos ou fraturados. Este tipo de desarmonia estética pode acontecer em alguns ou em todos os dentes, fazendo com que a aparência do sorriso seja ruim e levando as pessoas a terem complexos por tentar esconder os defeitos, não sorrindo ou o fazendo com a boca mais fechada do que o natural, prejudicando sua espontaneidade.

Depois de tentados os métodos normais, que envolvem restaurações e clareamento, sem atingir o resultado estético esperado, a alternativa mais moderna é a utilização do método chamado de facetas laminadas, que para um entendimento mais fácil, funcionariam como unhas postiças, com a diferença de no caso das facetas, estas serem definitivas, sem necessidade ou possibilidade de remoção. O sistema é simples. O dentista remove a parte que compromete a aparência, numa camada bem fina da superfície dos dentes com problemas estéticos. Depois disso prepara esta superfície, deixando-a mais áspera, de forma a obter uma total aderência da faceta que será colocada, a qual ficará colada e sustentada pelo dente, sem que este tenha qualquer alteração de volume, já que as facetas são confeccionadas e preparadas para cada dente em separado, atendendo às necessidades e particularidades deste. O sistema de colagem é feito na forma de um ataque ácido, que não permite que se soltem, além de funcionarem como um vedante absoluto. Sua aparência é igual à de um dente natural e sua cor escolhida de acordo com os dentes do próprio paciente, com uma escala de cor, levando em conta as alterações que se fizerem necessárias.

Trata-se de uma solução definitiva para os problemas estéticos, que permite corrigir integralmente todos os defeitos que comprometam o aspecto da dentição com problemas, inclusive aquele representado por manchas que são do próprio dente e não saem com qualquer tipo de tratamento. Com a colocação das facetas podem-se resolver também pequenas irregularidades na forma dos dentes, tirando destes o aspecto de estarem tortos ou fora do alinhamento. Ajudam a solucionar espaços muito grandes entre os dentes e partes de raízes que estejam aparecendo por perda de gengiva. Vantagem também é  poder colocar o sorriso da pessoa no computador e a partir dos outros dentes, simular as alterações e modificações desejadas possíveis e ter uma idéia, antes da realização do serviço, de como será o seu resultado final, a partir de modificações na forma e na cor dos dentes, pela própria tela do computador. Trata-se de um autêntico sorriso planejado, comum nos artistas e que agora está à disposição dos pacientes nos consultórios. Certamente fará você se sentir melhor consigo mesmo, melhorando sua auto-estima e confiança para o convívio social.

Tendo algum descontentamento com sua estética dental, comente com seu dentista, perguntando-lhe da possibilidade e viabilidade de utilização de facetas laminadas para correção de seu problema. Se utilizar este método, ele lhe orientará quanto às indicações do mesmo ou então indicará um especialista que o faça, a fim de lhe solucionar este problema específico. A especialidade que trata dos problemas estéticos com facetas laminadas é a dentística restauradora e esta área é conhecida como odontologia estética ou cosmética dental. Como se tratam de alterações totais da aparência dos dentes, não existe uma idade melhor para realizar o tratamento, ficando a decisão de fazê-lo mais cedo, pela vantagem de usufruir antes de um sorriso mais saudável e estar mais satisfeito com sua própria imagem.

Dr. Marco Antonio Franco Cançado

Programa Sorria Sempre - Rádio Nova Aliança - 05set2011

Hoje iremos falar sobre dois assuntos interessantes: prótese fixa e 3º molar mais conhecido como siso.





Mesmo com a evolução dos implantes, a primeira opção para tratamento deve ser a conservação e manutenção dos dentes ou raízes destes, para sustentação de próteses fixas. Este tipo de prótese, que não pode ser retirada pelo paciente é cimentada pelo dentista na parte remanescente dos dentes que foram preparados. Sua primeira finalidade é restaurar a função do dente perdido e depois repor a estética, simulando um dente natural, com dados do outro dente similar que temos no lado oposto da boca. Modernamente, usam-se resinas tão perfeitas que fica difícil identificar qual é o natural e qual é o artificial.

Depois do preparo dos dentes, quando o dentista os desgasta de forma a que fiquem aptos para reterem a prótese, o profissional faz uma moldagem dos seus dentes para enviar ao laboratório de prótese, que irá fazer um modelo da sua boca, inclusive o colocando num aparelho chamado articulador, que irá simular os movimentos da sua articulação. A estrutura interna da prótese é feita em metal, para dar-lhe maior resistência, sendo esta testada em sua boca para verificar a adaptação da mesma. Caso ela esteja de acordo com o preparo que foi feito nos seus dentes, será então aplicada a porcelana, que simulará seus dentes. Recebe ela, ainda, um acabamento final, para maior durabilidade. Para ter certeza que está funcionando bem, em alguns casos, é feita uma cimentação provisória para testes e só depois procedida a sua cimentação definitiva. Durante o período que sua prótese estiver sendo confeccionada, você ficará com uma prótese provisória. A participação do paciente nesta etapa de confecção e colocação da prótese é importante, porque a partir de suas vontades e opiniões, o dentista poderá ir acertando a aparência da mesma, sempre de acordo com sua vontade, inclusive quanto à altura e contato com os demais dentes que você possui. Não deixe de revelar suas opiniões e expectativas, porque a prótese é feita para satisfazê-lo estética e funcionalmente. Quanto mais de acordo com sua vontade e gosto ela ficar, mais satisfeito você estará durante todo o período que ela durar.

Tecnicamente, as próteses são feitas para reabilitar sua mastigação e fonética, permitindo o adequado cortar e triturar dos alimentos e a possibilidade de continuar emitindo os sons, que, em sua maioria articulam-se na língua e com passagens de ar entre os dentes. Esteticamente, as próteses têm por objetivo deixar sua aparência e sorriso o mais natural possível, sendo identificador desta situação o fato das pessoas que não sabem, não perceberem que usamos próteses. Por esta razão, os dentistas se preocupam, sempre que possível, em deixá-las com a aparência o mais natural, inclusive no item cor dos dentes da prótese e suas variações em função das diversas incidências de luz.

Próteses simples e normais podem ser feitas com seu dentista clínico geral, que está capacitado a fazê-las, e as maiores ou mais complexas, por falta de muitos dentes, raízes inclinadas, dificuldade de higienização pelo paciente, necessidade de tratamento nos canais e nas gengivas, para aumentar a área dos dentes que irão servir de fixação, requerem um especialista, conhecido como protesista, que, além dos anos de faculdade, fez um outro curso oficial de pós-graduação, reconhecido como especialização em prótese dentária. Por ser um tratamento mais demorado na sua confecção e por ser colocado com uma expectativa de durar muito, não devem os pacientes tender por serviços muito mais baratos, sob o risco de estar optando por um tipo de prótese muito mais simples ou de menor durabilidade. Procure se informar sobre os diferentes tipos de material que podem ser empregados, suas vantagens e garantias, antes de decidir-se por uma ou outra modalidade de prótese.







Os dentes inclusos são aqueles que se encontram dentro do osso ou com parte dentro do osso e parte dentro da gengiva, sem terem erupcionado, muito embora já tenha passado o período normal para sua saída. A razão para que isto aconteça é, na maioria das vezes, a falta de espaço na arcada dentária, outras, pelo fato do dente vizinho estar torto, impedindo assim o seu nascimento, ou ainda, por resistência do tecido ósseo. Siso ou dente do juízo como é conhecido popularmente, por normalmente erupcionar próximo da maioridade, é o terceiro molar, um dente que a maioria das pessoas do nosso tempo já não apresenta. Para saber se temos ou não é fácil: basta contar os dentes que temos, desde que não tenhamos feito nenhuma extração e verificar se dispomos de vinte e oito ou trinta e dois dentes. Se forem vinte e oito é porque não temos e se forem trinta e dois é porque temos os quatro dentes do siso. Quando não os temos, pode ser que não tenhamos os embriões dentais que os originariam ou porque os mesmos se encontrem inclusos (alguns dizem retidos), ou seja, não nasceram por estarem dentro do alvéolo ósseo, sem condições para erupcionar ou por estarem impactados de encontro aos dentes da frente, os segundos molares.

Se o problema for identificado com antecedência através de radiografias tiradas na adolescência, sua solução pode ser a tentativa de, através de aparelhos ortodônticos, promover sua saída natural. Se não saírem, pode ser tentado um tracionamento deste dente, puxando-o progressivamente com apoio em outro dente próximo, ajudado pela remoção de partes duras do osso que estão dificultando sua erupção. Ou ainda a utilização destes dois métodos em conjunto, sucessivamente. Só não se fazem estas tentativas se o espaço para estes dentes que não nasceram não for suficiente ou se, com isto, eles vierem a pressionar os demais dentes. Nestes casos, e quando existe a possibilidade destes dentes inclusos virem a trazer dor, a indicação é sua extração, que é uma ação demorada , pelas dificuldades de acesso e pelas próprias razões que impediram seu nascimento, o travamento em dentes e paredes ósseas.

Conseguindo-se fazê-lo erupcionar na adolescência, tem-se a vantagem de novos dentes, tantos quantos forem os que estavam inclusos. Não se conseguindo, é conveniente a sua extração, para evitar problemas futuros, de prejuízo aos dentes vizinhos a casos de dor intensa, pelo esforço do organismo em tentar colocá-los para fora e não consegui-lo. Ter os dentes bem alinhados representa facilidade para a higienização e menor risco para o surgimento de cáries e doenças das gengivas. Daí muitas vezes a indicação de extração dos inclusos, justamente para não entortarem os demais.

Dentes inclusos são, normalmente, extraídos pelos próprios dentistas, sempre que o acesso e a remoção possam ser feitos sem dor ou cansaço, por uma a duas horas de trabalho. Quando imaginam que se trata de um caso mais complexo ou difícil, costumam encaminhar a especialistas, principalmente os casos em que os dentes estiverem impactados, ou seja, presos em outros dentes, principalmente o mais do fundo. Nestes casos, pelo procedimento de extração ser mais difícil e requerer instrumental mais específico e apropriado, um cirurgião bucomaxilo facial terá melhores resultados, diminuindo o desconforto e minimizando a dor pós-operatória. Identificado o problema a extração deve ser feita assim que possível, para evitar a situação indesejada de dor pela pressão do dente que está incluso, tendo com isto, certamente, uma remoção mais difícil.

Dr. Marco Antonio Franco Cançado

Programa Sorria Sempre - Rádio Nova Aliança - 25jul2011

O incômodo de roncar, para muitos, não tem solução. Para uns só com cirurgia e para outros, com cirurgia melhor deixar como está, para tormento dos que com o ronco tem que conviver, que não o próprio roncador, porque este por estar dormindo não percebe o quanto ronca e não tem seu sono atrapalhado ou inviabilizado pelo zumbido contínuo e constante a que são submetidos ou torturados seus companheiros e companheiras. De uma forma simples, para ser mais bem compreendido, o roncar é a vibração de membranas no interior da cavidade oral, que pela idade e pelo aumento de gorduras na região, vibram mais ou menos, na entrada ou na saída do ar, principalmente dos respiradores bucais. Com os anos, estas membranas vão se tornando mais flácidas, provocando um aumento da região susceptível de vibrações, fazendo com que o roncar seja cada vez mais intenso e forte. Por ser involuntário é totalmente incontrolável, sendo às vezes, um pouco atenuado com uma mudança de posição de quem está roncando, por alterar a posição dos tecidos que estavam vibrando.

A intervenção do dentista nestes casos não é solução definitiva, se bem que na maioria dos casos elimina integralmente o zumbido indesejável. Trata-se de colocação de uma placa do tipo das de relaxamento, indicada para pessoas bruxônomas (que rangem os dentes enquanto dormem) ou para pequenas correções dos dentes nos casos em que um dispositivo simples como este tem condições de corrigir. Estas placas, além de permitirem um sono mais leve, impedem um desgaste dos dentes e, se elaboradas com conhecimento anatômico da região que provoca o ronco, pela suspensão dos tecidos flácidos, impedem sua vibração e, por conseguinte o incômodo de roncar. Uma hipótese que ainda necessita de acompanhamento de muitos casos por muito tempo, é a de que o uso sistemático deste dispositivo, todas as noites, pode ir conformando os tecidos da região flácida, corrigindo seu posicionamento e eliminando a possibilidade de vibração, mesmo sem o uso do aparelho. Talvez não em todos os casos, mas em um bom número, isto pode vir a acontecer, o que seria um motivo a mais para se continuar estudando esta alternativa de tratamento.

Para os que convivem com o problema, esta é uma grande solução, porque certamente irá permitir que voltem a dormir. Para quem ronca, uma tentativa de solução sem cirurgia, sem dor, sem remédios e o que é mais interessante, extremamente acessível por ser barata, fácil e rápida de fazer, além de apresentar resultados imediatos com o simples uso do aparelho. Dá a seu possuidor a liberdade de colocar e tirar quando quiser, o que é uma alternativa importante para aqueles que não roncam sistematicamente e que podem utilizá-lo quando o prejudicado o solicitar. Além de não incomodar, para os que têm vida dinâmica e agitada, justamente os que têm o sono mais pesado e mais predispostos ao roncar, tem uma vantagem adicional ao servirem como placa de relaxamento, evitando assim afrouxamento ou desgaste dos dentes.

Se você já recebeu comentários de que costuma roncar, pergunte ao seu dentista se ele confecciona este tipo de aparelhos ou se sabe lhe indicar algum colega que tenha estudado o assunto para lhe indicar com esta finalidade. Depois de pronto o aparelho, seu próprio dentista poderá proceder a alguns ajustes por conta de alguns acertos que se façam necessários, pois com o uso, pode estar apertando um ou outro dente ou bochecha, visto que o mesmo é de uso indefinido e requerendo somente higienização após o uso.





A quase totalidade dos congressos de cardiologia dos tempos atuais tem debatido um tipo de problema cardiológico que vem se tornando cada vez mais frequente entre seus pacientes, que são as endocardites bacterianas, decorrentes de processos infecciosos, principalmente os que têm origem na cavidade oral e, por consequência, causadores de uma proliferação de bactérias nocivas ao organismo. O fato preocupante é que pessoas com alguma predisposição a problemas cardiológicos, com uma simples inflamação das gengivas ou infecção de um canal não tratado, aumentam enormemente o risco de sofrerem acidentes cardiológicos, que poderiam ser evitados ou ter seu risco sensivelmente reduzido.

Solução odontológica para estes problemas é simples e de fácil tratamento. Constitui-se no tratamento de cáries, inflamações das gengivas decorrentes da presença de tártaro ou placa bacteriana e tratamento dos canais radiculares quando infeccionados ou em vias de vir a apresentarem problemas em decorrência de cáries muito extensas, não tratadas no tempo certo. Solucionada a origem destes e de algum outro problema que poderá vir a se tornar foco infeccioso, além da correta continuidade de higienização para que os motivos que originaram estes problemas não retornem, a probabilidade de propagação de bactérias, originadas na cavidade bucal reduz-se a quase improbabilidade de seu ressurgimento enquanto mantido o tratamento. Pacientes que já apresentaram manifestações cardiológicas ou de infecção na cavidade oral, devem ser, eles próprios, os grandes zeladores para que as causas destes riscos não voltem a se manifestar.

A partir dos trinta e cinco, quarenta anos, pessoas com algum histórico cardiológico na família ou portadores de algum fator de risco, como, por exemplo: hipertensão, fumo ou dependência alcoólica devem anualmente fazer um “check up” bucal, procurando identificar dentes ou áreas das gengivas que, se não tratadas, poderão originar um processo infeccioso e permitir que as bactérias dele consequentes migrem naturalmente, com os alimentos, para a circulação sanguínea e desta para o coração. Os cardiologistas, por estarem preocupados com outros sintomas ou manifestações dos problemas do coração, nem sempre tem sua atenção voltada para este fator de risco, até porque os exames cardiológicos, de rotina não incluem exame bucal e mesmo que o fizessem, seria difícil a identificação destes problemas por se tratar de outra área, com patologias distintas.
Todo paciente, com algum tipo de problema cardiológico, mesmo que de pequeno risco, deve informá-lo a seu dentista, para sua própria segurança e para que o profissional de posse desta informação use medicamentos e materiais apropriados para o seu caso, como por exemplo, anestésicos sem vaso constritor. Não tendo esta informação os dentistas usam, rotineiramente, os do tipo com vaso constritor, para evitar ou diminuir o sangramento, ainda que pequeno, durante seu trabalho, para comodidade do paciente. Outra razão é a prescrição de medicamentos após as cirurgias que caso, haja contra-indicação, pode e deve ser alterada. Não existe motivo para pacientes com algum tipo de problema cardiológico buscar especialista na Odontologia, mas não deve o paciente a qualquer pretexto omitir tal informação. Todos os dentistas foram preparados durante os longos anos de estudo que tiveram, a tratar pessoas nestas situações, inclusive para primeiro socorros que por ventura se façam necessários. Comentado o fato, os dentistas tratarão inclusive de diminuir a ansiedade do paciente que poderia levar a um aumento da pressão, fazendo com que seu tratamento ande num ritmo mais pausado, sem apuros.
Dr. Marco Antonio Franco Cançado

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