domingo, 22 de julho de 2012

Programa Sorria Sempre - Rádio Nova Aliança - 16abr2012

                   Hoje falarei sobre implante dentário, estomatite e mal-oclusão.

Antigamente, quando se perdia um dente, por cárie, acidente ou doença periodontal, a alternativa era desgastar dois dentes vizinhos e cimentar uma prótese. Quando se perdiam muitos dentes, fazia-se uma ponte móvel, apoiada em alguns dentes e nas gengivas e no caso da perda de todos os dentes, confeccionava-se uma dentadura, apoiada exclusivamente nas gengivas. Com a chegada dos implantes, que são raízes artificiais, colocadas no lugar e com semelhanças em forma e função, perdido um dente, coloca-se um implante e em cima deste uma prótese exatamente igual ao dente perdido e o caso está resolvido sem ter que desgastar nenhum dente bom que estiver ao lado do implante, pelo contrário, por não desgastá-lo, ajuda-se a mantê-lo. O mesmo acontece quando a perda for de mais de um dente e no caso da perda de todos os dentes, podem ser colocados dois a quatro implantes, de acordo com o caso, e nestes apoiar uma sobre-dentadura, que terá muito mais estabilidade que a dentadura convencional, além de permitir mastigar, falar e sorrir melhor do que se fazia antes.

A colocação é simples e feita no próprio consultório do dentista, que no dia receberá cuidados especiais, sem dor e que demorará menos de trinta minutos por implante colocado. Se forem mais implantes, demorará menos ainda, porque alguns procedimentos são repetitivos e dispensáveis no caso de mais implantes. Toda colocação consiste em abrir um orifício no osso, como era o que você tinha suportando a raiz do dente, e neste introduzir o implante, fechando-o com uma tampinha de proteção. Depois de unido ao osso, remove-se a tampinha e no lugar desta é colocada a prótese, sem dor, sem anestesia e com a vantagem de poder ser trocada, caso, por alguma batida, você vier a quebrá-la, o que não acontecia antes com os dentes.

Uma das grandes vantagens dos implantes em relação às próteses que se usavam antes, é que embaixo destes, quando bem higienizados, não ocorrem cáries e nem forma a placa bacteriana. Outra é que não precisando usar os dentes vizinhos como apoio, não são necessários tratamentos de canal, que eram indispensáveis no caso deste dente vir a sustentar próteses. Além do que a prótese sustentada em dois dentes para repor o perdido entre eles era cobrada como três, por que envolvia três coroas, duas nos dentes e uma suspensa. No caso dos implantes é cobrada somente uma, porque somente o implante recebe a prótese. Na prática a grande vantagem é que o implante é uma coroa única, sem se apoiar nos vizinhos e nas próteses eram unidos por trás, fazendo com que a higienização tivesse que passar a ser feita por baixo, com uso de escovas especiais e dificultando a passagem do fio dental, que nestas tinha que ser introduzido por baixo. Além disto, a maioria dos implantes recebem as próteses por micro-parafusos, que permitem ser removidas, sempre que houver suspeitas de má higienização.

Se você perdeu ou está perdendo um dente, não deixe de perguntar ao seu dentista sobre a colocação de um implante. Se ele não os coloca, lhe indicará um colega especialista, conhecido como implantodontista, que lhe colocará, sendo a prótese depois colocada por seu próprio dentista, visto serem mais fáceis e de mais precisão que as próteses convencionais. Somente casos muito complicados precisarão de próteses confeccionadas por especialistas. Os implantes baixaram tanto de preço, a exemplo de tudo que começa a ser feito em grande quantidade, que hoje, na maioria dos casos, saem mais baratos do que as próteses convencionais.

 As estomatites são afecções, estados patológicos que além de atingirem o tecido gengival podem invadir parte da mucosa bucal. As mais comuns são: a aftosa (na presença de tártaro), áurica (pelo sabor metálico), eritematosa (coincide com a erupção de um dente), cremosa (conhecida como sapinho, pela falta de higiene bucal), gangrenosa (resultado de um debilitamento físico geral), medicamentosa (administração sistêmica de medicamentos), nicotínica (ocorrem no palato, pelo hábito de fumar), protética (sob as próteses dentárias), sifilítica (manifestação da sífilis, transmitida por contato), dentre outras menos comuns. Os tratamentos são variados, normalmente em função da origem da doença, muitos deles simples, quando realizados logo após o surgimento da lesão.

Tratá-las logo é a maneira mais segura de impedir sua progressão ou propagação para outros órgãos. Assim que surgirem, procure observar bem suas alterações e sintomas, para relatá-los no momento da consulta, facilitando assim seu diagnóstico. Procure lembrar e relatar também mudanças de hábito recentes ou anormalidades acontecidas.

Evite medicação caseira ou de palpiteiros, que na maioria das vezes são paliativos, sem agirem no combate ao foco principal. Não brinque com sua saúde, expondo-se a soluções propostas por quem nunca estudou o assunto e não tem livros para recorrer, buscando identificar a origem do mal e seu adequado tratamento que, de acordo com a gravidade, pode ir além de uma simples medicação. Confie em quem mais entende de doenças da boca: o seu dentista, que em caso de algo mais grave, o encaminhará a um especialista, que seguramente resolverá o problema.

 A mal-oclusão também chamada de má-oclusão, é decorrente de uma relação anormal dos maxilares superior e inferior, afetando a oclusão, que é o correto posicionamento dos dentes no ato de abrir e fechar a boca, tanto para falar como para mastigar, ou ainda em busca da posição de repouso. Podem ser antero-posteriores, vertical ou transversal, segundo as direções, e classificadas em dental, esquelética e combinada ou funcional, de acordo com as áreas. Todas tem inúmeras classes e sub-classes, que somente um profissional competente e estudioso será capaz de identificar para melhor tratar.

As maloclusões geram disfunções e, em muitos casos, dores e problemas na articulação temporo mandibular que, com o tempo, podem inclusive alastrar-se para dores de ouvido e enxaquecas, sendo seu tratamento uma maneira de eliminar ou prevenir dores que, muitas vezes, trazem desconforto extremo, por serem constantes e prolongadas, embora não intensas ou agudas na sua fase inicial.

Muitas vezes, ou quase sempre, é difícil para o leigo identificar um problema relacionado à maloclusão e quando a dor aparece já é sinal de que o mal já está instalado, a ponto de prejudicar o bom funcionamento da articulação. Por este motivo é importante, na adolescência e início da idade adulta, uma análise específica, para avaliar se os fatores de oclusão estão em ordem. Normalmente, os dentistas que mais entendem de oclusão e maloclusão são os ortodontistas, os protesistas, os periodontistas e os implantodontistas, que serão as especialidades indicadas para o tratamento, pelo seu dentista, caso ele não seja um estudioso da oclusão.

           Neste último bloco quero dizer algumas palavras sobre auto-estima, diz respeito ao gostar de nós mesmos, de nosso corpo, de nosso rosto, de nosso sorriso. Participa na composição de nosso estado psicológico, do momento que estamos vivendo e da disposição que estamos tendo para com o enfrentamento das coisas da nossa vida, do nosso dia-a-dia. Quando estamos satisfeitos com o que temos e somos, a vida parece fluir mais solta, mais leve. Ao contrário, se temos algo que nos desagrada ou aborrece, perdemos um pouco o gosto pelas coisas, a vida parece que não anda. Colaboram para a auto-estima, principalmente, os detalhes com que convivemos. Por exemplo, uma mancha nas costas não nos aborrece tanto como uma fratura em um dente da frente.

Ter dentes bonitos e sadios é boa maneira de melhorarmos nosso grau de satisfação conosco mesmos, de nos fazer gostar mais de nossa aparência, de nos deixar mais seguros para enfrentarmos as situações que envolvam inter-relacionamento com outras pessoas, principalmente se forem estranhos. Irritamo-nos por alguma dor nas gengivas, alguma ferida bucal ou por ter perdido um dia de trabalho por dor de dentes, faz-nos ter um sentimento de ira para com nosso corpo, que é a perda temporária da auto-estima.

Para que isto não aconteça ou se estiver acontecendo, procure seu dentista, relate a origem de seu descontentamento e combine com ele uma maneira de tratar. Mesmo que você não possa fazê-lo no momento, peça para que ele lhe parcele o tratamento, pois com a auto-estima em alta, nosso desempenho melhora e nosso rendimento também, abrindo possibilidade para mais trabalho e novos ganhos. Se não for seu caso, pelo menos, dias de trabalho não irá perder, ou perder seu emprego pelas faltas e pela falta de auto-estima.


Dr. Marco Antonio Franco Cançado

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