domingo, 22 de julho de 2012

Programa Sorria Sempre - Rádio Nova Aliança - 19mar2012

                   Hoje falarei sobre três assuntos muito importantes para a saúde geral das pessoas, pois são casos onde a falta de cuidado pode levar inclusive a morte. No primeiro bloco falarei sobre abcesso, no segundo bloco será sobre alveolite e no último falaremos sobre a necessidade de se fazer extração dentária.

O abscesso é uma inflamação do ligamento alvéolo-dentário, estrutura esta que envolve a raiz. Podem regredir ou evoluir para formas agudas ou crônicas, dependendo do tratamento e da vitalidade dos tecidos da região. Podem resultar em necrose e supuração, transformando-se em granulomas. Os sintomas, que se iniciam por uma cárie são: dor, aumento de temperatura, vermelhidão e inchaço. O tratamento mais indicado é a incisão sem aprofundamento e drenagem. Completa-se o tratamento com antibióticos, aumentando-se a resistência à infecção, que pode ser preventivo à presença de bactérias.

Tratados, impede-se o aumento dos edemas, do processo doloroso das fases agudas e crônicas, além de se aumentarem das defesas do organismo. A intervenção antes da fase aguda previne a fase crônica e as necroses de tecido, características destas. Evita-se a supuração e exsudação plasmática, conseguindo-se a diminuição do tempo de encerramento do processo.

O ideal é nunca deixar que problemas, como uma simples cárie, possam evoluir sem tratamento e com agravantes representados pela má higiene oral, chegando a estágios tais como abscesso e granuloma. Nas visitas periódicas ao dentista, em espaços de tempo entre meio a um ano, este tem condições de acompanhar não só suas cáries, mas também a sua resistência à presença de microorganismos que desencadeiam estes processos. Todos os tipos de enfermidades da mucosa oral, como os abscessos, por exemplo, dificilmente ocorrem em pessoas que costumam dar uma atenção básica à saúde bucal, sendo, na maioria das vezes, presença somente entre os relapsos e negligentes, que pagam com perdas de dias de trabalho e riscos à saúde por sua displicência.

A alveolite acontece, normalmente, quando houve desintegração do coágulo de sangue que naturalmente se forma no interior do alvéolo (orifício onde estava o dente antes de uma extração). Costuma ser ocasionada por bochechos ou aspirações muito fortes no local da extração, pela própria pessoa, muitas vezes na boa intenção de manter o local mais limpo, quando o certo seria deixá-lo como está para que o próprio organismo tenha condições de repará-lo. Podem ocorrer, também, rompimentos dos pontos colocados para fechar o local, por mastigação indevida no mesmo ou, ainda, por ações tóxicas de drogas medicamentosas. Constatados por odor fétido, gosto ruim, dor ou edema, na maioria dos casos, de dois a quatro dias após a extração, podendo permanecer por dez a vinte dias.

A maioria dos dentistas pede a seus pacientes após extrações, que o visitem dois ou três dias depois para controle e sete a dez dias para retirada dos pontos. Alguns esquecem a visita de controle, que é justamente o período de risco, entendendo que o mais importante é a retirada dos pontos. Havendo suspeitas por coincidência dos sintomas característicos do problema procure o dentista.

Sempre o dentista que acompanha a saúde dental de uma pessoa é o mais indicado para fazer extrações, principalmente pelo fator confiança, exceto no caso dos sisos, quando um cirurgião pode ser o indicado. Na hipótese de uma alveolite, procure sempre o profissional que realizou a extração, em função deste saber detalhes de como e em que condições a mesma se processou e se existe algum provável motivo para seu surgimento. Seu tratamento é rápido e fácil, pela interrupção do processo e restabelecimento do coágulo.

             As extrações dentárias devem ser a última coisa que o dentista deve fazer. Não por serem difíceis, porque, quando um dente está condenado, costuma sair fácil, mas pelo que elas significam: tirar a razão da profissão que escolheram; não a de serem dentistas mas sim cuidarem da saúde bucal. Por isso, a maioria só o faz em última instância, quando já foram esgotadas todas as alternativas para salvar o dente. Da prevenção ao boticão, está contada a vida de um dente que nos deveria acompanhar pela vida inteira. Se bem que, com os implantes, pelo menos aqui na terra, já existe outra vida, de forma que não se aborreça por já ter perdido algum dente. Os implantes irão ajudá-lo a trazer de volta o seu sorriso.

Fazer extrações só tem vantagens quando os dentes a serem extraídos estiverem atrapalhando os outros, como nos casos da ortodontia ou dos do siso. Ou quando seu estado, por doenças, ser origem de focos infecciosos, que estiverem pondo em risco a saúde do paciente. Ainda assim se não houverem meios de combater estas, sem ter que extrair o dente. Por todos estes cuidados, fica claro que as extrações são a última opção e que só devem ser realizadas quando todas as tentativas para salvamento do dente tiverem sido tentadas.

O seu próprio dentista deve ser procurado para esclarecer e orientar quanto à necessidade de alguma extração ou sobre o que pode ser feito para não fazê-la. Quanto mais você demorar para ir visitá-lo, menores serão as chances de salvar o dente. Para os casos de extrações com finalidade de tratamento ortodôntico, muitas vezes o indicado é que um cirurgião as faça, dadas as exigências que alguns casos requerem, quanto à preservação do tecido ósseo adjacente, que será importante para o tratamento ou, ainda, porque alguns dentes a extrair não erupcionaram, como os do siso e por conta disto apresentem dificuldades maiores no procedimento.


Dr. Marco Antonio Franco Cançado

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