O
abscesso é uma inflamação do ligamento alvéolo-dentário, estrutura esta que
envolve a raiz. Podem regredir ou evoluir para formas agudas ou crônicas,
dependendo do tratamento e da vitalidade dos tecidos da região. Podem resultar
em necrose e supuração, transformando-se em granulomas. Os
sintomas, que se iniciam por uma cárie são: dor, aumento de temperatura,
vermelhidão e inchaço. O tratamento mais indicado é a incisão sem
aprofundamento e drenagem. Completa-se o tratamento com antibióticos,
aumentando-se a resistência à infecção, que pode ser preventivo à presença de
bactérias.
Tratados,
impede-se o aumento dos edemas, do processo doloroso das fases agudas e
crônicas, além de se aumentarem das defesas do organismo. A intervenção antes
da fase aguda previne a fase crônica e as necroses de tecido, características
destas. Evita-se a supuração e exsudação plasmática, conseguindo-se a
diminuição do tempo de encerramento do processo.
O
ideal é nunca deixar que problemas, como uma simples cárie, possam evoluir sem
tratamento e com agravantes representados pela má higiene oral, chegando a
estágios tais como abscesso e granuloma. Nas visitas periódicas ao dentista, em
espaços de tempo entre meio a um ano, este tem condições de acompanhar não só
suas cáries, mas também a sua resistência à presença de microorganismos que
desencadeiam estes processos. Todos os tipos de enfermidades da mucosa oral,
como os abscessos, por exemplo, dificilmente ocorrem em pessoas que costumam
dar uma atenção básica à saúde bucal, sendo, na maioria das vezes, presença
somente entre os relapsos e negligentes, que pagam com perdas de dias de
trabalho e riscos à saúde por sua displicência.
A alveolite acontece, normalmente, quando
houve desintegração do coágulo de sangue que naturalmente se forma no interior
do alvéolo (orifício onde estava o dente antes de uma extração). Costuma ser
ocasionada por bochechos ou aspirações muito fortes no local da extração, pela
própria pessoa, muitas vezes na boa intenção de manter o local mais limpo,
quando o certo seria deixá-lo como está para que o próprio organismo tenha
condições de repará-lo. Podem ocorrer, também, rompimentos dos pontos colocados
para fechar o local, por mastigação indevida no mesmo ou, ainda, por ações
tóxicas de drogas medicamentosas. Constatados por odor fétido, gosto ruim, dor
ou edema, na maioria dos casos, de dois a quatro dias após a extração, podendo
permanecer por dez a vinte dias.
A
maioria dos dentistas pede a seus pacientes após extrações, que o visitem dois
ou três dias depois para controle e sete a dez dias para retirada dos pontos.
Alguns esquecem a visita de controle, que é justamente o período de risco,
entendendo que o mais importante é a retirada dos pontos. Havendo suspeitas por
coincidência dos sintomas característicos do problema procure o dentista.
Sempre
o dentista que acompanha a saúde dental de uma pessoa é o mais indicado para
fazer extrações, principalmente pelo fator confiança, exceto no caso dos sisos,
quando um cirurgião pode ser o indicado. Na hipótese de uma alveolite, procure
sempre o profissional que realizou a extração, em função deste saber detalhes
de como e em que condições a mesma se processou e se existe algum provável
motivo para seu surgimento. Seu tratamento é rápido e fácil, pela interrupção
do processo e restabelecimento do coágulo.
Fazer
extrações só tem vantagens quando os dentes a serem extraídos estiverem
atrapalhando os outros, como nos casos da ortodontia ou dos do siso. Ou quando
seu estado, por doenças, ser origem de focos infecciosos, que estiverem pondo
em risco a saúde do paciente. Ainda assim se não houverem meios de combater
estas, sem ter que extrair o dente. Por todos estes cuidados, fica claro que as
extrações são a última opção e que só devem ser realizadas quando todas as
tentativas para salvamento do dente tiverem sido tentadas.
O
seu próprio dentista deve ser procurado para esclarecer e orientar quanto à
necessidade de alguma extração ou sobre o que pode ser feito para não fazê-la.
Quanto mais você demorar para ir visitá-lo, menores serão as chances de salvar
o dente. Para os casos de extrações com finalidade de tratamento ortodôntico,
muitas vezes o indicado é que um cirurgião as faça, dadas as exigências que
alguns casos requerem, quanto à preservação do tecido ósseo adjacente, que será
importante para o tratamento ou, ainda, porque alguns dentes a extrair não
erupcionaram, como os do siso e por conta disto apresentem dificuldades maiores
no procedimento.
Dr. Marco Antonio Franco Cançado